Setecidades Titulo São Bernardo
Famílias deixam área pública na Vila São Pedro de forma pacífica

Polícia Militar cumpriu, na manhã de ontem, reintegração de posse no local

Por Victor Hugo Storti
Especial para o Diário
07/12/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A reintegração de posse do terreno público na Vila São Pedro, em São Bernardo, ocorreu de forma pacífica na manhã de ontem. Cerca de 100 famílias que ainda permaneciam no local tiveram de deixar os barracos de madeira a partir das 6h. A Polícia Militar acompanhou a ação, que ocorreu após negativa de parte do grupo em cumprir acordo judicial para que a área fosse desocupada atá sexta-feira.

Maria Aparecida Ribeiro, 50 anos, que morava em barraco com o marido, estava no local havia apenas oito dias. “Não sei o que fazer. Estamos desempregados e não temos para onde ir, nem mesmo parentes aqui por perto”, lamentou.

Também havia crianças na área. Uma delas é Ágata, de apenas 10 meses. No colo de Leonete Oliveira, 32, a pequena ainda esboçou sorriso para a mãe, que estava preocupada com a situação. “Tenho uma irmã, mas ela mal consegue fazer as coisas para ela, imagina para mim. Eu espero que a Prefeitura faça alguma coisa por nós”, disse.

Já Maria da Silva, 62, estava visivelmente abatida e também não sabia para onde ir. Desempregada, ela não tem ideia de como vai conseguir pagar aluguel. “Estou há três meses morando aqui. Essa desocupação é coisa de gente sem coração. Neste País é assim, o pobre não tem vez”, desabafou.

Os moradores da ocupação já faziam as contas para calcular o prejuízo. Um deles era Carlita Oliveira, 53. Ela gastou cerca de R$ 500 para construir o barraco que foi derrubado pelas máquinas alugadas pela Prefeitura, e ainda criticou os políticos da cidade. “No tempo de eleição eles nos procuram, mas para nos ajudar de verdade nunca”.

De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, capitão Figueiredo, a área desocupada é local de proteção ambiental. A operação ocorreu de forma pacífica, conforme ele, por conta da compreensão da população. “O que a polícia pretende é cumprir a ordem judicial da melhor maneira possível. Eles entenderam que aquela área pertence ao município e não pode ser ocupada, inclusive pelo risco que oferece.” 




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