Foi dada a largada oficial para o Campeonato Paulista da Série A-2. Ontem, representantes dos 20 clubes da edição 2016 estiveram reunidos na FPF (Federação Paulista de Futebol) para o conselho técnico do torneio, que terminou com mudanças no regulamento – apenas dois times subirão à A-1, seis serão rebaixados e haverá mata-mata a partir das quartas de final, melhoria nas cotas a cada participante e uma certeza: será um dos torneios mais disputados dos últimos tempos.

O fato de apenas dois times terem direito de acesso à elite deixou o certame mais competitivo, sobretudo por conta de times de tradição em disputa, casos de Santo André, São Caetano, Bragantino, Guarani, Portuguesa, Penapolense, Rio Branco, Marília, Paulista e Mirassol (este, por ora, ainda integrante da divisão de acesso estadual).

Na primeira fase, as equipes se enfrentarão em turno único e, após 19 rodadas, os oito melhores avançarão às quartas de final, ocasião na qual o primeiro irá encarar o oitavo, o segundo pegará o sétimo, o terceiro enfrentará o sexto e o quarto duelará com o quinto. Esta fase será disputada em sistema de ida e volta, a exemplo da semifinal. Já a decisão será em partida única. Por outro lado, seis clubes serão relegados à Série A-3 – afinal, o mesmo número cairá da elite em 2016. A ideia da entidade é enxugar o torneio e deixá-lo mais rentável.

CAIXA MAIS GORDO
Os clubes receberão da FPF cotas diferenciadas de acordo com o tempo que estão na Série A-2. E tal situação elevou as partes dos representantes do Grande ABC em até nove vezes. Isso porque, em 2015, a Federação repassou cerca de R$ 80 mil para cada time (descontados os impostos), enquanto em 2016 Azulão e Ramalhão deverão chegar perto dos R$ 700 mil.

O campeonato terá jogos as terças, quartas e sextas-feiras, além de sábados e domingos, com transmissões do SporTV, TV Brasil e Rede Vida.

São Caetano elogia repasse de verba

Beneficiado pelas boas campanhas do passado, quando ainda integrava a elite do futebol paulista, o São Caetano será um dos times com direito a verba mais atrativa da Federação Paulista de Futebol. Segundo o presidente Nairo Ferreira de Souza, o Azulão vai receber por volta de R$ 700 mil.

“Foi uma surpresa a cota anunciada agora. O São Caetano se beneficia pelos anos que disputou a Série A-1 e os dois últimos na A-2. É um aumento gigante (com relação aos R$ 80 mil de 2015). Fazer futebol está caro e este apoio da Federação Paulista dá sobrevivência maior aos times do Interior”, afirmou o presidente.

Por conta de apenas duas vagas de acesso à elite e diversos concorrentes de peso, o mandatário azulino comentou que, apesar da temporada positiva, o Azulão não entra como favorito. “Não tem isso. Se for analisar temos equipes de tradição. Será competição bonita. A Série A-2 hoje é equivalente à Série A-1, a diferença é a presença dos quatro grandes.”

O técnico Luís Carlos Martins será mantido para a busca pelo acesso, a exemplo de grande parte do time que caiu nas quartas de final da Quarta Divisão nacional. “Praticamente 85% do time que terminou a Série D do Brasileiro permanece. Chegarão sete ou oito atletas para compor grupo e estamos trabalhando em cima dos nomes, aguardando os términos dos campeonatos para concretizar as contratações”, concluiu.

Sto.André admite lutar pelo acesso e fala em sucesso para quem errar menos

O presidente do conselho deliberativo do Santo André, Celso Luiz de Almeida, foi o representante do clube no conselho técnico do Paulista da Série A-2, ontem à tarde, em São Paulo. E o dirigente não só elogiou o novo formato do torneio – mesmo ressaltando a dificuldade extra por conta de apenas dois clubes serem promovidos –, como colocou o Ramalhão entre os candidatos ao acesso.

“Octogonal é interessante, sempre defendi este formato. No mata-mata vale muito a tradição do time”, destacou. “Será complicado, mas isso não nos impede de montar um bom time e fazer bom trabalho. Sempre, em qualquer momento que o Santo André entrar numa competição, vai disputar para subir. A concorrência será grande, sem dúvida uma das A-2 mais difíceis”, afirmou.

Na visão de Celso Luiz de Almeida, dez clubes brigarão pelo acesso e aqueles com melhores planejamentos terão vantagem. “Teremos em disputa dois campeões da Copa do Brasil (Santo André e Paulista), dois campeões do Paulista (Portuguesa e Bragantino) e um campeão do Brasileiro (Guarani). Então acredito que vai prosperar quem errar menos. Devemos acertar nos 28 jogadores de cabo a rabo. E vamos montar time competitivo para brigar pelo acesso”, concluiu.