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Valdirene: Molina conclui exames nesta semana
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
23/01/2006 | 08:08
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Fica pronto nesta semana o exame grafotécnico do perito Ricardo Molina sobre a assinatura atribuída à ex-secretária de Finanças de Mauá, Valdirene Dardin, acusada de retirar R$ 230 mil de conta da Prefeitura no Santander/Banespa utilizando sacos de supermercado entre 2003 e 2004. A pedido dos promotores do Ministério Público que investigaram o caso e acusaram a ex-secretária de peculato (apropriação de bem público), Molina ficou de analisar a autenticidade das assinaturas nas cópias de comprovantes de saques bancários. O MP garante que o exame é feito por cortesia e não custará nada.

Molina já realizou perícias em vários episódios de grande repercussão, como os casos da morte de PC Farias e da Favela Naval, em Diadema, em 1996. Mais recentemente, em 2004, analisou a autenticidade da assinatura do ex-prefeito da capital Paulo Maluf (PP) em documentos de um banco suíço.

Além da assinatura nas cópias de comprovantes de saques bancários, Molina analisará os laudos encomendados pela família de Valdirene aos peritos Celso Del Picchia e Tito Gomide. O primeiro já trabalhou para Maluf e o segundo tornou-se notório ao questionar a assinatura do presidente deposto Fernando Collor de Mello em um documento atribuído a ele. Um laudo sustenta que a assinatura não é de Valdirene, enquanto o outro garante que foi feita uma montagem em cima da assinatura dela.

Molina não adiantou as conclusões de seu exame. "Os detalhes só serão revelados quando eu concluir o relatório e entregá-lo aos promotores", diz. Ele ressalta que o foco da questão são os recibos de saques. "Serão feitas críticas aos exames existentes, mas o fato de dois laudos terem eventuais incoerências não significa que um deles não esteja certo."

A prima de Valdirene e porta-voz da família, Ive Silvestre Sforsin, crê que o estudo de Molina será imparcial e inocentará a ex-secretária. Porém, usa o mesmo argumento dos representantes do MP ao dizer que "se nossos laudos foram encomendados pela defesa, o do Molina foi produzido pela acusação. Os dois têm o mesmo peso". Para Ive, o laudo que definirá o caso é o do IC (Instituto de Criminalística) de Santo André, que foi pedido pelos promotores do caso como contraprova aos laudos apresentados pela família.

Com a soltura de Valdirene – que conseguiu habeas-corpus para responder em liberdade ao processo no dia 4 deste mês –, o MP avalia que o exame do IC não virá tão rápido quanto se a ex-secretária estivesse presa. Para os promotores, o laudo deverá levar de um a cinco meses para ficar pronto. O advogado de Valdirene, Roberto Delmanto Júnior, que retornou de férias no último dia 16, não foi encontrado para comentar o laudo de Molina. Segundo seu escritório, ele viajou.




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