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Sul-coreano Ban Ki-Moon deve ser o futuro secretário-geral da ONU
Da AFP
08/10/2006 | 15:32
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O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) designará formalmente na segunda-feira o ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul, Ban Ki-Moon, como próximo secretário-geral da ONU, em substituição a Kofi Annan, a partir de 1º de janeiro.

Em uma votação formal, os 15 membros do Conselho escolherão Ban como único candidato e recomendarão sua eleição pelos 192 países membros da Assembléia Geral, segundo a Carta da ONU.

A chegada de Ban, 62 anos, ao cargo diplomático mais prestigioso do mundo, não deixa dúvidas sobre a vitória do sul-coreano na segunda passada, durante uma votação informal do Conselho de Segurança, na qual obteve o indispensável apoio dos cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, França, Grã Bretanha e Rússia), que têm poder de veto.

Desde esta votação informal, os competidores, que eram seis inicialmente, foram retirando suas candidaturas. Eram o diplomata indiano Shashi Tharoor, secretário-geral adjunto da ONU encarregado da Comunicação; o vice-primeiro ministro do derrubado governo da Tailândia, Surakiart Sathirathai; a presidente da Letônia, Vaira Vike-Freiberga; o príncipe Zeid Ra'ad Zeid Al-Hussein, embaixador da Jordânia no ONU; o universitário afegão Ashraf Ghani; e o diplomata do Sri Lanka Jayantha Dhanapala.

A maioria dos candidatos era da Ásia, pois, após a África ter estado à frente da secretaria-geral por 15 anos (o egípcio Boutros Boutros-Ghali durante um mandato e o ganês Annan por dois períodos consecutivos), o cargo devia ser ocupado por um asiático, em razão de um princípio da rotação geográfica.

Depois de seu êxito na última votação informal, Ban, diplomata de carreira, se declarou "encantado", mas "angustiado pela responsabilidade".

Em uma entrevista concedida à AFP em Seul, poucas horas antes desta votação, o ministro refutou as acusações, segundo as quais sua afinidade com Estados Unidos poderia lhe impedir de solucionar as crises desencadeadas pelos programas nucleares do Irã e Coréia do Norte.

"Essas idéias parecem saídas da Guerra Fria. Na nossa época, a autoridade e o mandato de secretário-geral é dado pelos Estados membros", disse. Ao mesmo tempo avaliou ser desejável manter boas relações de trabalho com Washington, mas prometeu ser imparcial.

"Os Estados Unidos são um Estado membro muito importante da ONU, mas também necessitam das Nações Unidas. Podem trabalhar muito estreitamente com a ONU na promoção de seus interesses e dos valores universais" explicou.

Na sexta-feira, em meio à tensão gerada pela Coréia do Norte, que anunciou planos de realizar um novo teste nuclear, Ban se disse disposto a ir à Pyongyang para resolver a crise.



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