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Trombose é hipótese para morte de bebê aos 9 meses de gestação
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
20/01/2006 | 08:11
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Trombose no cordão umbilical decorrente de um processo virótico. Essa pode ter sido a causa do óbito fetal da filha da vendedora Abias Maria Helena do Nascimento, 35 anos, e do servidor público João Gonçalves de Souza, 40, segundo o Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.

No último dia 11, Abias passou por uma cesariana para a retirada do bebê que havia morrido em seu ventre. Os pais, no entanto, acreditam em erro médico e registraram um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial de Santo André. Um inquérito foi instaurado para investigar o caso, mas o relatório final só será feito quando o IML (Instituto Médico Legal) enviar o laudo do exame toxicológico realizado no sangue do bebê.

No último dia 13, o Diário noticiou o caso. Um dia antes, o hospital enviou uma nota oficial, na qual alegava que Abias teve uma gestação de risco e realizou o pré-natal até setembro de 2005. Documentos exibidos pelo pai à reportagem mostrava que a última consulta foi realizada em 29 de dezembro. O hospital alega que as anotações na carteirinha de acompanhamento da gestante podem ter sido feitas em qualquer outro hospital. Outro desencontro de informação foi com relação à ultrassonografia feita em 9 de janeiro, solicitada por uma ginecologista do Beneficência.

Diante das controvérsias, o diretor clínico do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, Pedro Alcântara, recebeu a reportagem do Diário na tarde de terça-feira para explicar os desencontros de informações, mas não permitiu que a entrevista fosse gravada. “A paciente fez pré-natal no ambulatório da ginecologia até o mês de outubro. Depois disso, só realizou consultas no pronto-atendimento. Com relação à ultrassonografia, a médica que solicitou o exame também atende no pronto-socorro”, disse.

Ao ser questionado sobre o motivo de Abias ter sido liberada no dia 10, depois de passar em consulta pelo pronto-atendimento e o médico ter receitado uma injeção de Buscopan, já que ela teve uma gestação de risco, Alcântara disse que a conduta que o médico teve foi correta. “A prescrição desse medicamento é a coisa mais normal. Não há registros de que o Buscopan cause danos ao feto. A paciente foi liberada porque não apresentava riscos. Poderíamos ter realizado uma cesárea, mas dois dedos de dilatação e o histórico da paciente (duas gestações com parto normal) não indicavam que ela estava em trabalho de parto”, disse.

Para o diretor clínico do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, Pedro Alcântara, o que aconteceu foi uma fatalidade. “Têm coisas na medicina que não se explica. Vamos esperar o laudo do IML, mas acredito que o problema foi no cordão umbilical. Deve ter sido uma trombose, o que impediu a circulação de oxigênio e sangue para o bebê”, disse. Um inquérito policial foi instaurado no 1º DP para investigar o caso e um exame toxicológico do sangue do bebê foi pedido ao IML (Instituto Médico Legal de São Paulo).




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