Entre os cinco votos favoráveis ao petista Professor Luizinho, chamou a atenção o do tucano Bosco Costa (PSDB-SE). Em entrevista ao Diário, ele não só manteve firme sua decisão contra o relatório do deputado Pedro Canedo (PP-GO), que confirmou a cassação do petista, como ainda defendeu o rival partidário das acusações de ter se beneficiado do esquema do valerioduto. “Não encontrei no relatório nem no voto do relator algo que incriminasse o Professor Luizinho com a quebra do decoro parlamentar. Se existiu alguma coisa, não foi diretamente por ele”, afirmou Costa.

O posicionamento de Costa divergiu do de outro tucano que integrou o Conselho de Ética, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), que foi favorável ao relatório contra Luizinho. Nem por isso, Costa teme alguma retaliação do PSDB. Ele garantiu não ter conversado com o líder do partido na Câmara, Alberto Goldman (PSDB-SP), após o julgamento do processo contra o petista. “Não vou procurar o líder do meu partido por causa de uma decisão que tomei. Não foi uma decisão partidária. Foi de interpretação de avaliação”, classificou o tucano.

Ele também desmentiu a informação de que, graças a um acordão, muitos deputados tiveram de votar sob pressão de suas lideranças como aconteceu com a deputada Ann Pontes (PMDB-PA), claramente contrariada durante a manifestação de seu voto contra Luizinho. “Eu não acredito que nenhum parlamentar que faz parte do Conselho de Ética vá tomar decisão sob pressão. Todos os processos que chegarem em minhas mãos vou analisar individualmente”, disse Costa.