Cultura & Lazer Titulo Música
Paralamas completam três
décadas de música autoral

Herbert, Bi e Barone orgulham-se de
sempre terem feito som ‘da sua maneira’

Gustavo Cipriano
Especial para o Diário
01/09/2014 | 07:00
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Divulgação


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Onde quer que vá é inevitável não reconhecer o calibre de Os Paralamas do Sucesso. São lembrados por hits de manguetown até o ska, e hoje não há uma brasileira ou brasileiro que não respeite esse trio carioca. A banda completou três décadas de carreira no ano passado. São 20 discos e 10 DVDs, incluindo o novo Multishow Ao Vivo: Os Paralamas do Sucesso – 30 Anos (Universal Music, R$ 34 em média), lançado nas duas mídias. A gravação ocorreu em outubro no Rio de Janeiro. 

No mais recente projeto, Herbert Vianna (guitarra e voz), Bi Ribeiro (contrabaixo) e João Barone (bateria) entoam os seus principais hits. Não faltam faixas como Alagados, Lourinha Bombril e Meu Erro. “Foi um dos melhores shows que já fizemos. Ficamos cerca de quatro meses montando tudo e procuramos escolher um repertório que mostrasse bem os nossos 30 anos, fazendo mistura bacana”, comentou o baterista com o Diário.

O aniversário especial é comemorado da data do lançamento do primeiro disco Cinema Mudo, em 1983. Um ano antes, Barone entrava para substituir Vital, que vinha junto de Herbert e Bi desde 1977. Apesar de ter canções que ficaram conhecidas, como a de mesmo título do álbum, o som do disco de estreia foi comparado com o do The Police, banda inglesa de rock. Duas canções do conjunto, Don’t Stand So Close To Me e Every Breath You Take, inclusive, fazem parte da última faixa do novo disco do Paralamas, em um medley que também conta com Vital e Sua Moto. 

Mesmo assim, ao trio brasileiro não agradava muito a comparação, já que buscava um som próprio, o que, de acordo com Barone, foi atingido nos dois trabalhos posteriores. “Com os álbuns O Passo do Lui e Selvagem?, conseguimos uma tomada de direção. Queríamos fazer música do jeito que gostávamos. Se não fosse assim, íamos embora; voltávamos para a universidade, sei lá...”Selvagem? fez muito sucesso e vendeu 750 mil cópias. Ele conta com músicas que são tocadas até hoje pela banda, como Alagados e Melô do Marinheiro.

O que veio depois foi uma trajetória de muitos trabalhos lançados e shows feitos, além de polêmicas por causa das letras críticas. Em 1995, o grupo resolveu lançar a música Luis Inácio (300 Picaretas) no seu segundo CD ao vivo Vamo Batê Lata. A canção criticava fortemente a política brasileira. Ao longo de toda a carreira, o trio passou a ser definido como o que mistura ska e rock. O baterista, porém, não concorda com o rótulo. “É difícil definir um estilo para o Paralamas. Fazemos um som que é resultado de diversas tendências, em que transitam elementos para expressar nossa musicalidade. É simplesmente a nossa música. Todo esse tempo mantivemos uma assinatura bem peculiar”.

O único fato que poderia ter interrompido a grande jornada do grupo foi o acidente envolvendo o cantor, em 2001, Quis o destino, porém, que o músico se recuperasse rapidamente e voltasse a tocar com seus companheiros de banda. “É um negócio tão marcante que já são 13 anos depois do acidente e ainda sempre me perguntam sobre isso. A melhor resposta para isso é o fato de que estamos aqui hoje e a gente continua acreditando no que fazemos, assim como acreditamos que ele ia se recuperar. Se depender do Herbert, fazemos um show por dia. É o cara mais animado. E o grande barato é esse; acreditar no que você faz e seguir em frente”, comenta Barone.

No currículo do Paralamas, ainda estão diversos prêmios. A banda tem dezenas de VMBs (prêmio musical da antiga MTV Brasil) e quatro Grammys Latinos, sendo três de melhor disco de rock (Hoje, Longo Caminho e Acústico MTV</CF>) e um de Excelência Musical, em 2007.




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