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Consumidor busca alternativas a preços altos para o Réveillon

Famílias buscam substituições e limitam gastos para driblar a alta nos preços

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
31/12/2019 | 06:06
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Nario Barbosa/DGABC


Consumidores movimentam os corredores dos supermercados do Grande ABC em busca de insumos para o Réveillon. Mesmo que não abram mão de cardápios tradicionais, famílias buscam substituições e limitam gastos para driblar a alta nos preços. Ontem, o Diário percorreu três supermercados da região – Coop (Santo André), Sonda (São Bernardo) e Joanin (São Caetano) – e observou movimento acima da média para uma segunda-feira.

Assistente de importação de Santo André, Maria Cristina Mayer, 54 anos, pesquisava o preço da carne para complementar a ceia, cujo cardápio tradicional na família é o churrasco. “Não será picanha desta vez, vou acabar optando por cortes que entrem no orçamento”, afirmou. Para se ter ideia, o quilo da fraldinha é encontrado por R$ 24,90, em média, enquanto que o corte nobre sai a R$ 39,90. Ainda segundo ela, outros ingredientes, como frutas secas para a salada, estavam com preços similares aos dos anos anteriores.

Márcia Cristina Tibério, 46, dona de casa andreense, assinalou que a ceia de Ano-Novo em sua casa costuma ter pernil ou chester. “Compro um ou outro, depende do que está mais barato”, contou. Para não comprometer o orçamento, ela limitou os gastos com a comemoração a R$ 300, priorizando a aquisição dos itens que não podem faltar na ceia, como a proteína.

Já o orçamentista de São Bernardo Victor Viana, 26, enchia o carrinho com itens para churrasco que fará nos primeiros dias de 2020. Para o Réveillon, ele pesquisou valores de peixes e frutos do mar. “No fim de ano, os preços sempre aumentam e os mercados estão sempre cheios. Compensa comprar as coisas um mês antes e congelar”, opinou.

Para Lineu Matos, 66, advogado de Santo André, a alta da carne é uma das vilãs neste ano. “O preço da carne está interferindo na ceia com certeza e, ainda que esteja mais barato do que no Natal, continua caro”, observou. De acordo com ele, o quilo do contra filé custava R$ 39,90 na semana passado e ontem, estava a R$ 29,90 – queda de 25%. Márcia, de Santo André, também constatou redução de aproximadamente 10% no setor de hortifrúti.

Vantagem, no caso de Matos, é que a família costuma se reunir na ceia e cada um leva um prato. Além de ajudar na variedade de receitas, os custos também acabam sendo divididos.

CENÁRIO

Em novembro, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação no País, encerrou com alta de 0,51%. A variação foi impulsionada pelo preço da carne, que subiu 8% no período, acumulado a 12% no ano. O aumento é reflexo do aumento do dólar e do crescimento da exportação brasileira à China, o que elevou a compra do item em razão da peste suína que atinge o país.

No mesmo mês, o valor da proteína subiu 12,6% nos mercados do Grande ABC, conforme levantamento da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Isso fez a cesta básica encarecer 2,04%, passando de R$ 611,01 para R$ 623,46, entre outubro e novembro, nas sete cidades. 




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