Proposta foi aprovada por unanimidade em plenário pelos vereadores
Sem entraves no andamento da votação, os vereadores de São Bernardo aprovaram, na manhã de ontem, projeto do Executivo que prevê reajuste salarial de 5% aos funcionários públicos municipais. A matéria recebeu 26 votos favoráveis e nenhum contrário. O aumento entrará em vigor no dia 1º de maio e deverá beneficiar cerca de 20 mil colaboradores, entre ativos e inativos.
O Paço estima que o impacto financeiro na folha salarial atinja R$ 49 milhões nos contracheques de 13 mil servidores ativos, incluindo empresas e autarquias, e 7.000 funcionários inativos.
A sessão contabilizou também aval ao mesmo índice de 5% de elevação para o secretariado da Prefeitura e aos funcionários do Legislativo – serão beneficiados cerca de 360 servidores, o que irá impactar em R$ 2,6 milhões ao ano no orçamento da casa. Esse valor indica R$ 190 mil por mês, aproximadamente. Ambos os projetos tiveram crivo positivo unânime da casa.
“O aumento para os funcionários do Legislativo foi realizado para equiparar os poderes. Para que o Legislativo e o Executivo andem sempre em equilíbrio”, alegou o presidente da Câmara, Ramon Ramos (PDT).
A matéria do Paço sustentou, pelo segundo ano consecutivo, percentual superior à reposição inflacionária, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). No período acumulado de um ano, a inflação foi de 3,94% – o restante entra na conta de aumento real. No ano passado, o Paço sancionou reajuste de 2,9% ao funcionalismo público.
Apesar de aprovação unânime no plenário, houve pequena discussão entre os vereadores. “Gostaria de pedir ao presidente da casa que adie os trabalhos por 30 minutos para que a nossa bancada possa analisar o projeto melhor, já que ele chegou faz pouco tempo”, citou Ana Nice (PT), ponderando sobre pleito atendido na ocasião.
“Não podemos chamar isso de aumento. Esse não é um aumento real. Não houve debate sobre a situação do vale-alimentação e do vale-transporte. Mas, mesmo assim, votarei favorável”, esbravejou o vereador oposicionista Julinho Fuzari (PPS).
Ramon Ramos afirmou, por sua vez, que não haverá negociação enquanto Executivo e Legislativo não reconhecerem a legalidade do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos). “Não vejo funcionários junto aos dirigentes do sindicato. Não parece que eles (sindicato) estão representando os servidores. É um sindicato totalmente politizado”, justificou Ramos.
Presidente do Sindserv de São Bernardo, José Rubem Nascimento Lopes declarou que o índice de aumento “não deixa de ser bom”, porém, mostrou indignação com a forma tratada. Reforçou que a diretoria foi constituída após eleição realizada com acompanhamento do MPT (Ministério Público do Trabalho). “Muito conveniente para o Executivo e o Legislativo adotarem esse discurso. Caso haja continuidade, levarei a cópia do resultado da eleição, com chancela do MPT e vou entrar com processo por danos morais.”
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