Política Titulo Jardim Calux
Escola em S.Bernardo é deixada de lado por Marinho há três anos

Local em que ocorre construção de Emeb está
abandonado e sem data para reinício dos serviços

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
12/09/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), abandonou há três anos a obra de construção e ampliação da Emeb Aluísio de Azevedo, no Jardim Calux, cujo projeto foi orçado em R$ 14,1 milhões.

A equipe do Diário esteve no canteiro, situado na Rua Cabral da Câmara, e constatou um cenário de completo descaso. No terreno há apenas um esqueleto de estrutura inacabado, que já está pichado. Há também muito lixo e entulho espalhados nas dependências.

O projeto previa ampla construção em salas de aulas, área de lazer e refeitório para atender em torno de 400 crianças de 4 a 6 anos. No entanto, nenhum serviço foi realizado nos últimos três anos.

A construtora BSM Empreendimentos foi a vencedora do processo licitatório em 2012 para tocar o projeto. Já embolsou R$ 3,1 milhões do montante a ser pago, mas abandonou os serviços logo na fase inicial. A Prefeitura somente formalizou a rescisão de contrato, de forma unilateral, em junho de 2014.

“Infelizmente a empresa deixou a desejar e os trâmites para romper o vinculo demoraram um pouco”, disse o secretário de Educação do governo Marinho, Paulo Dias (PT).

Os serviços foram contratados quando a Pasta era comandada por Cleuza Repulho (PT), que deixou a administração em julho, após colecionar problemas na Justiça, sendo ré em ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ABC por suspeita de superfaturamento na compra de uniformes e kits escolares em 2010 e 2011. Segundo promotores, ela participou de esquema que inflou em pelo menos R$ 4 milhões a compra de tênis e mochilas a alunos da rede pública.

De acordo com Paulo Dias, a administração deve apresentar solução para escola do Jardim Calux até o fim do mês. Sem detalhar plano, o titular da Educação revelou que uma empresa foi contratada para elaborar laudo para a implementação de outro projeto. “Devemos ter a conclusão desse relatório nas próximas duas semanas e partir daí é possível formatar um destino para os serviços que foram abandonados”, argumentou.

Em relação ao dinheiro repassado à BSM, Paulo Dias assegurou que, após a conclusão do laudo, a Prefeitura “vai ingressar judicialmente contra a empresa”, solicitando ressarcimento da verba quitada.

Depois de rescindir contrato, a administração publicou edital classificando a BSM como inidônea.

COLEÇÃO DE FALHAS
O abandono da Emeb Aluísio de Azevedo é só mais um episódio de crise na Educação durante a gestão de Cleuza Repulho. O Diário acompanhou também descaso com a construção de duas creches no bairro Ferrazópolis, que eram para ter sido entregues em julho de 2013, mas que ficarão prontas somente em 2016.

O governo Marinho jogou a culpa do atraso na Impacto Gouvêa, empreiteira vencedora da licitação. Houve rompimento de contrato e realização de outro certame para dar continuidade às obras.




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