Os 7.500 servidores de Diadema iniciarão greve geral pelos equipamentos públicos a partir do dia 15. A decisão foi anunciada ontem, em assembleia ocorrida na sede do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), após a classe rejeitar proposta de reajuste salarial em 3,5%, parcelada em três vezes, feita pelo prefeito Lauro Michels (PV). A reivindicação é de 11%, sendo 7,89% referentes à reposição inflacionária e 3,11% de acréscimo real. Os números da instituição foram pautados seguindo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).

Durante a reunião, que contou com a participação de 150 funcionários, o discurso entoado pelo presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, foi a favor da paralisação de toda a classe, condenando a condução da administração do verde desde o dia 26, quando se iniciou o diálogo. “Primeiramente pediram tempo, depois não sinalizaram que dariam aumento e, por fim, ignoraram os 25 itens da nossa pauta. Além disso, fizeram uma proposta rebaixada. Não tem como aceitar.”

O debate seguiu com a interação de outros integrantes da diretoria e de servidores, que, além de aderirem pela greve, entoaram afirmações ríspidas contra as condições estruturais dos equipamentos públicos.

A partir de amanhã será iniciado intenso plano de divulgação da decisão tirada ontem. Informativos serão publicados e espalhados por todo o município. Está sendo planejada também utilização de caminhão de som.

REVERSÃO

Segundo Neno, a possibilidade do impedimento da greve somente ocorrerá caso Lauro faça outra proposta até o dia 14 que atinja no mínimo índice inflacionário. “Esse patamar (da inflação) precisa ser respeitado pelo menos, pois a desvalorização de toda classe será muito grande. Caso consiga atender à nossa reivindicação, faremos assembleia no dia 15 para garantir continuidade dos trabalhos”, considerou.

A discussão pelo acréscimo nos vencimentos do funcionalismo municipal foi debatida entre os vereadores na sessão de ontem e dividiu opiniões.
Líder do governo na Casa, Atevaldo Leitão (PSDB) reconheceu que os números apresentados por Lauro ficaram aquém da expectativa. “Poderia ser equivalente ao índice inflacionário, porém, não foi possível. O que todos têm de estar cientes é que, além da grave crise econômica que atinge todos os setores no País, Diadema teve queda na arrecadação de receita.”

Pela oposição, a líder da bancada do PT, Lilian Cabrera, garantiu amplo apoio da sigla à ação. “O prefeito não deixou alternativa com essa proposta pífia. A greve é a solução para conseguir garantir os direitos justo dos trabalhadores.”