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Desemprego é o menor em seis anos
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
25/01/2008 | 07:00
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O nível de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre) atingiu em dezembro o menor nível desde o começo da pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2002. Na PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do último mês de 2007, a desocupação chegou a 7,4%.

A taxa média de desemprego em 2007, de 9,3%, também foi a mais baixa desde o começo da pesquisa. Ao todo, estavam ocupadas 21,381 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas em dezembro.

Esse número é 3% maior do que o registrado no último mês de 2006.

A tendência não foi diferente na Grande São Paulo, onde os 9,103 milhões de empregados em dezembro de 2007 representaram número 3,9% maior do que no mesmo mês do ano anterior. A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo foi de 8%, a segunda menor desde 2002, já que em dezembro de 2005, esse índice chegou a 7,9%.

Para Walter Bottura Júnior, diretor do conselho do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema, o grande responsável pelo crescimento do emprego em 2007 foi o setor automotivo.

“Muitas empresas de pequeno e médio porte atendem ao setor de autopeças, e elas tiveram um aquecimento muito rápido de empregos por causa da demanda”, diz.

Paulo Henrique da Silva, do Observatório Econômico de Santo André, ressalta o impacto dos resultados. “No último mês do ano, muitas pessoas deixam de procurar trabalho. É por isso que nessa pesquisa (que inclui só quem está ativamente buscando emprego), o desemprego sempre cai em dezembro. Só que neste ano, esse movimento foi mais intenso”, disse. “O ano de 2007 foi o melhor dos mundos, mesmo com a carga tributária alta e infra-estrutura problemática”, avalia Bottura.

Mas ele alerta que agora a crise americana pode atrapalhar o ritmo do crescimento econômico do Brasil.

Paulo Henrique, no entanto, acredita que há poucas chances de haver repercussões graves para o Brasil.

“Teria de haver uma queda importante no consumo das commodities nos EUA e uma conseqüente quebra nos fornecedores aqui no Brasil. Só isso traria uma redução no mercado interno, que é o que está puxando a economia. É um processo que consome tempo.”

No IBGE, o gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, foi mais cauteloso. Para ele, os efeitos da crise devem ser sentidos, mas é impossível prever quanto e como.



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