Setecidades Titulo Terapia Ocupacional
Horta é terapia no Caps AD de Ribeirão

Pojeto piloto da unidade Álcool e Drogas será expandido para centro de atendimento infantil

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
04/10/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Projeto piloto de terapia ocupacional com plantio de horta, ofertado pelo Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), de Ribeirão Pires, é utilizado como instrumento para integração dos pacientes com familiares, conceitos de alimentação saudável e a possibilidade de geração de renda com a venda dos itens plantados. Com turma de dez alunos, em oficina que acontece todas as segundas-feira, das 10h às 12h, o sucesso da ação fez com que já haja fila de espera. Os resultados positivos também alavancaram a expansão do projeto, que a partir de novembro, será inserido no Caps infantil.

Com plantio de hortaliças diversas, os canteiros, divididos por tipo de produto, já coloriram de verde espaço que antes era ocioso. Terapeuta ocupacional e idealizadora do projeto, Memorina de Oliveira começou o trabalho em abril, quando notou que o local poderia ser utilizado. “Onde tem chão, dá para se plantar. Comecei a cuidar deste terreno, tirar mato e organizar os canteiros que, embora sejam pequenos, trouxeram bons resultados.”

Além de auxiliar o trabalho em grupo, o contato com a natureza e o fato de “colocar a mão na massa” incentivam os pacientes que estão em busca de recuperação. A terapia com plantio desenvolve os sistemas cognitivo e sensorial, além de despertar o sentimento de pertencimento dos envolvidos. 

O vigilante José (nome fictício), 36 anos, se recupera do vício em álcool há seis meses. Começou a beber com 17 anos e, ao longo da vida, perdeu emprego, oportunidades e, inclusive, a mobilidade da mão esquerda devido à epilepsia adquirida pelo uso excessivo da bebida. “Com os projetos do Caps, além de parar de beber e tomar consciência de que preciso mudar de vida, estou recuperando os movimentos da mão. Com massinha, quebra-cabeça, e a horta, o tato e o movimento estão voltando.”

Atualmente, há cerca de 1.000 pacientes ativos no Caps AD, no entanto, o espaço físico não comporta canteiros de horta para participação de todo o grupo. Por isso, a coordenação de Saúde mental do município já prevê a expansão do projeto para a rede básica municipal. O intuito é fazer com que pacientes que precisem do atendimento especializado possam atuar em hortas comunitárias, nos bairros, UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e demais equipamentos públicos.

CAPS INFANTIL

No Caps infantil, serão 15 canteiros de hortas, separados por tipo, e o projeto envolverá crianças com todos os tipos de transtornos em uma mesma oficina. A ideia inicial é que todos os dias, por uma hora, diferentes faixas etárias possam realizar a ação.

UNIDADES

A cidade conta com três Caps. Além do AD e do Infantil, há o Caps Adulto 2. Nos três equipamentos, são oferecidas oficinas terapêuticas de artesanato, música, pintura e panificação aos pacientes.




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