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Queda de árvores na região pode aumentar as temperaturas
Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
17/01/2015 | 07:00
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Durante todo o ano passado caíram 567 árvores nas sete cidades do Grande ABC. Conforme especialistas, a redução da cobertura vegetal significa alerta a longo prazo, já que representa aumento de temperatura, que poderá ser sentido daqui a cinco anos. Atualmente não há legislação que obrigue as prefeituras a replantar exemplares que caem.

Conforme explicou o professor de Engenharia Ambiental da Fundação Santo André, Murilo Andrade Valle, as plantas são necessárias para que o ambiente fique mais fresco. “Elas transpiram e esse processo leva a água junto ao ar para o meio ambiente. A diminuição da quantidade interfere na mudança da temperatura pontual da região. Ou seja, fica mais quente”, disse.

Segundo Valle, o motivo das quedas é variável. “Muitas árvores não são apropriadas para as cidades. São mais antigas e, por isso, são instáveis. Além disso, as podas, muitas vezes, não são adequadas, elas adoecem por causa da poluição e também há o fator dos raios e ventos fortes.”

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) realiza monitoramento de cerca de 3.000 árvores junto à Prefeitura de Mauá. O projeto resultará no Plano Diretor de Arborização, que vai manter cadastro das espécies para impedir a queda por motivos como os citados.

Segundo a pesquisadora do IPT Raquel Amaral, a inspeção é totalmente externa e consegue verificar se a espécie tem algum problema. “Primeiramente verificamos medidas em relação à altura, que vão evidenciar se estamos trabalhando com árvores adultas. Depois, inspecionamos os fungos apodrecedores e cupins, além de podas feitas inadequadamente. Verificamos uma série de informações e tudo é documentado”, afirmou.

Segundo ela, o instituto tem o interesse de participar de ações do tipo em outras cidades do Grande ABC. Como são parcerias, elas dependem da sinalização das administrações.

Para Valle, se houvesse obrigatoriedade de reposição dessas árvores por parte das prefeituras, o impacto seria menor. “Quando alguém derruba uma árvore para construir algo, precisa plantar mais 25 como forma de compensação. Mas não há essa obrigatoriedade para as prefeituras, infelizmente”, lamentou.

NA REGIÃO

Das sete cidades, a que registrou o maior número de quedas de árvores em 2014 foi São Bernardo, com 140. Santo André vem atrás, com 120, seguida de Rio Grande da Serra, com registro de 58 quedas, Mauá teve 28 e São Caetano, 20. Ribeirão Pires só forneceu os registros relacionados ao mês de dezembro do ano passado, que foram de 61. Diadema apenas indicou média mensal que totaliza 140 árvores caídas durante o ano passado. Todas as prefeituras executam serviço de poda e remoção quando é necessário. 




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