Para uns, amistoso de luxo. Para outros, revanche da eliminação na Copa do Mundo de 2010. Mas para o técnico Mano Menezes, uma boa oportunidade para o grupo que no mês que vem disputará a Copa América, na Argentina. Hoje, às 16h, a Seleção Brasileira recebe a Holanda, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, com o que tem de melhor. Ou quase, afinal dois possíveis titulares absolutos (Ganso e Pato) estão machucados. Mas boa oportunidade para testar jogadores como Fred ou reavaliar valores como Júlio César, Maicon e Lúcio.

E apesar da presença de atletas campeões em seus clubes europeus como Thiago Silva, Daniel Alves e Robinho, o centro das atenções é um garoto: Neymar. O jovem santista é alvo de gritos e histeria (principalmente da ala feminina da torcida), por onde quer que vá. E para atender ao pedido dos torcedores, Mano Menezes mudou o esquema tático da Seleção: optou pelo 4-3-3, com Robinho, Neymar e Fred.

"Ele (Neymar) é uma das principais figuras do futebol brasileiro e o treinador da Seleção tem de atender a esse pedido", afirmou ontem Mano Menezes, que descartou poupar o atacante santista, bem como seu companheiro Elano, por possível cansaço. "Sempre tivemos a sensibilidade em escolher jogadores pensando nos clubes. Mas não podemos abrir mão daquilo que para nós é prioridade, porque jogaremos fora a oportunidade de evoluir contra um adversário de porte", completou o treinador.

Questionado sobre a possível imaturidade de Neymar em relação à Seleção Brasileira - o jogador do Peixe foi o assunto principal da coletiva de Mano Menezes -, o treinador foi objetivo. "Não conheço outra maneira de prepará-lo melhor do que colocá-lo para jogar com a camisa da Seleção", afirmou.

Outro assunto que não poderia falta: o clima de revanche contra os holandeses pela eliminação nas quartas de final da Copa de 2010, na África do Sul. O zagueiro e capitão Lúcio, negou. "A importância é totalmente diferente. Era outra situação. Não vamos poder mudar o que vivemos. Vamos encará-los com seriedade, mas nada de sentimento de vingança."

Algozes esperam por revanche

O principal personagem da eliminação brasileira para a Holanda na Copa do Mundo de 2010 (não, não é o volante Felipe Melo), o meia Wesley Sneijder, da Inter de Milão, não entrará em campo hoje. Mas, nem por isso os holandeses ficarão restritos à defesa. Afinal, têm certeza de que o Brasil vai buscar dar o troco.

"Será tudo, menos um jogo amistoso porque o Brasil quer a revanche. Vamos partir para ganhar e dizer para os brasileiros que, mesmo na casa deles, somos perigosos", disse o técnico Van Marwijk.

Classificado antecipadamente para a Eurocopa de 2012, a ser disputada na Polônia e na Ucrânia, a Holanda aproveita a vinda à América do Sul para amistoso contra o Uruguai, na quarta-feira. "Nossa estada aqui não é mera casualidade. É importante que os jogadores fiquem juntos para estreitar os laços", afirmou o treinador holandês.

Zagueiro Lúcio comemora 100 jogos com a amarelinha

O amistoso entre Brasil e Holanda pode não valer pontos ou classificação para nenhum torneio, mas para o zagueiro Lúcio tem grande importância: o capitão da Seleção Brasileira completará 100 jogos com a camisa amarelinha. Convocado pela primeira vez pelo técnico Mano Menezes, o jogador da Inter de Milão não escondia o sorriso durante a coletiva de ontem, em Goiânia.

"É uma satisfação grande para mim. Tenho de agradecer a Deus e à minha família, porque não é fácil. Mas o prazer e a alegria são muito maiores do que qualquer coisa", afirmou Lúcio.

Entre os 99 jogos até agora, um é o mais especial na opinião do jogador. "O mais importante foi aquele Brasil e Alemanha, 2 a 0, que nos deu o título da Copa de 2006. Sem dúvida um dia especial. Mas também tem outros jogos como as finais das Copas das Confederações de 2005 e 2009, e o meu primeiro jogo, contra a Colômbia, em São Paulo. Vencemos no fim com um gol do Roque Júnior. Foi importante estrear bem e com vitória", disse.