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MAUÁ: Atila se isola na liderança; disputa por vaga no 2º turno tem quatro candidatos

Pesquisa Diário/Ibope mostra atual prefeito de Mauá com 30%, Marcelo Oliveira, 13%, e João Veríssimo,11%

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
05/11/2020 | 07:00
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O prefeito de Mauá e candidato à reeleição, Atila Jacomussi (PSB), aparece isolado na liderança da disputa pelo Paço mauaense, com 30% das intenções de voto, mostra pesquisa Diário/Ibope. O segundo lugar, porém, está acirrado.

O vereador Marcelo Oliveira (PT) vem em segundo numericamente, distante do topo, com 13%. Em terceiro está o prefeiturável João Veríssimo (PSD), que foi lembrado por 11% do eleitorado. O ex-prefeito e nome do PDT na corrida, Donisete Braga, e Zé Lourencini (PSDB) estão empatados na quarta colocação, com 6%, cada.

A outra vaga em eventual segundo turno, porém, segue indefinida, já que Marcelo, Veríssimo, Donisete e Lourencini estão em situação de empate técnico dentro da margem de erro, de quatro pontos percentuais.

A ex-deputada estadual Vanessa Damo (MDB) figura em sexto, citada por 3% dos eleitores. Na sequência vem Mauro Roman (PRTB), com 2%. Esses dois últimos estão empatados tecnicamente com Donisete e Lourencini. Os índices de ambos, entretanto, são insuficientes para a dupla alcançar a acirrada disputa pela vaga no segundo turno.

A prefeiturável do recém-criado UP, Amanda Bispo, André Sapanos (Psol), Professor Betinho (PSL) e Ronaldo Pedrosa (PP) têm 1%, cada. Roseni Delmondes (PMN) não pontuou, enquanto Caio Túlio (PCO) sequer foi citado por algum eleitor. Os que disseram que vão votar em branco ou anular o voto somam 17%; indecisos são 8%.

No quadro de votos válidos, quando são suprimidos os brancos, nulos e indecisos, Atila salta para 40% e consolida favoritismo para a etapa final do pleito. Marcelo aparece com 17% e logo atrás vem Veríssimo, com 15%. Zé Lourencini vai a 9%; Donisete, 8%; Vanessa, 4%, e Roman, 2%.

A sondagem mostra que, quanto menores a renda e a escolaridade do eleitor, maior é a preferência por Atila. O movimento inverso é registrado a favor de Marcelo. O atual prefeito atinge 33% do eleitorado cuja renda familiar é de até dois salários mínimos e chega a 35% no grupo dos que possuem o ensino fundamental. Já o prefeiturável petista registra seu melhor desempenho entre o eleitorado com ensino superior (19%) e entre os que possuem renda acima de dois salários mínimos (15%). Veríssimo também vê melhor cenário entre quem possui diploma da faculdade (14%). No segmento por renda, o pessedista mantém patamar semelhante: 12%.

Atila também aparece como líder entre os candidatos mais rejeitados: 44% disseram que não votariam de jeito nenhum no socialista. Esta é a primeira eleição desde que o atual prefeito foi preso duas vezes pela PF (Polícia Federal) e sofreu impeachment – a cassação e as detenções foram anuladas pela Justiça.

Na sequência vem Donisete, citado por 38%, e Vanessa, com 36%. A lista é completada por Lourencini (14%); Marcelo (13%); Veríssimo (12%); Roman (9%); Caio Túlio, Betinho e Pedrosa têm 8% de rejeição, cada. Já Amanda, Sapanos e Roseni, 7%.

Entre os eleitores, 59% desaprovam a gestão Atila, contra 35% dos que aprovam. Os eleitores que consideram o governo do socialista como ruim ou péssimo se dividem entre Veríssimo (13%) e Marcelo (10%). Grande parte desses eleitores, porém, está indecisa: 24%.

Contratada pelo Diário, a pesquisa Ibope entrevistou 504 eleitores presencialmente entre domingo e terça-feira. O levantamento está registrado no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) sob o número 08172/2020.

Pivô de crise no início da gestão, saúde é mais cobrada

Calcanhar de Aquiles da atual administração, governada por Atila Jacomussi (PSB), a saúde foi a área mais citada entre os principais problemas da cidade, mostra pesquisa Diário/Ibope: 69%.

No pleito de 2016, Atila foi eleito sob forte discurso de reformar o sistema de saúde do município. Como a gestão administrativa e clínica dos equipamentos do setor na cidade é terceirizada – está sob comando da FUABC (Fundação do ABC) –, o socialista chegou a ameaçar diversas vezes romper contrato com a entidade. No primeiro ano de gestão, o núcleo duro do governo chegou a desenhar nova forma de gestão da saúde, em que os serviços seriam descentralizados e o monopólio, tirado das mãos da FUABC, com foco na reestruturação do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini.

Ocorre que, logo em maio de 2018, Atila foi preso na Operação Prato Feito. Deflagrada para desmontar esquema de desvios de recursos em contratos de merenda e material escolares, a operação também atingiu seu principal secretário, João Gaspar (PCdoB). Desde então, iniciou-se vaivém no comando do Paço e o sistema de saúde passou a sofrer com as instabilidades. Vice-prefeita e na chefia interina do Executivo, Alaíde Damo (MDB) chegou a romper unilateralmente com a FUABC sem antes sequer iniciar processo de licitação para selecionar uma substituta – o Judiciário interveio e impediu esse processo. Nesse ínterim, diversos profissionais da FUABC foram demitidos sem justa causa e ficaram sem receber as indenizações rescisórias e vários fornecedores da entidade também foram alvo de calote, o que comprometeu o atendimento nos equipamentos.

Ao retornar à cadeira após reverter a cassação na Justiça, no fim do ano passado, Atila escolheu o caminho menos turbulento e assinou acordo para manter a FUABC no comando da saúde na cidade. Porém, outra dor de cabeça na saúde apareceu: em junho, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) realizou buscas e apreensões no Paço mauaense. A suspeita é a de que a gestão Atila tenha superfaturado contratos para erguer o hospital de campanha montado para receber os pacientes acometidos pela Covid-19 – ele nega as acusações. Na ocasião, os policiais encontraram R$ 19 mil em dinheiro vivo na residência do secretário de Saúde, Luis Carlos Casarin. O dinheiro estava separado em envelopes e guardado em dutos de ar-condicionado.

No ranking de principais problemas vem na sequência educação, citada por 34%. Segurança pública e corrupção aparecem em seguida, com 25% e 22%, respectivamente. Geração de empregos foi apontada por 21% dos eleitores, enquanto 20% reclamaram das taxas e impostos. 




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