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Jurandir Gallo: único petista da Câmara ainda em silêncio
Por Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
08/06/2007 | 07:04
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Único vereador petista de Santo André que ainda não manifestou seu apoio a nenhum dos quatro pré-candidatos do partido à sucessão do prefeito João Avamileno (PT), Jurandir Gallo não deverá se posicionar a respeito do assunto tão cedo.

Ele afirma que, por enquanto, permanecerá neutro na disputa em nome do bem comum. “O maior problema que o partido enfrenta no momento é a prévia. Nossa proposta é que seja feito um movimento pela unificação a fim de evitar a disputa interna”, argumenta.

O temor de Gallo é justificável. A última vez que o PT esteve dividido em Santo André foi em 1992. À época, Antonio Carlos Granado (atual secretário municipal de Finanças) perdeu as prévias para José Cicote (vice na primeira gestão de Celso Daniel, de 1989 a 1992) por uma margem muito pequena de votos. Nas urnas, o PT, que iria para o segundo mandato consecutivo na cidade, foi derrotado pelo PTB de Newton Brandão.

“A prévia é o mal maior, pois esse processo, geralmente, é muito cruel no PT.Em quase todas as vezes que o PT fez prévia perdeu a eleição.”

O vereador se diz preocupado porque, segundo ele, o atual processo começa a chegar em níveis de ataques pessoais. “Isso é muito grave e irreversível. Especialmente se considerarmos que os pré-candidatos, principalmente os dois que estão de fato no páreo (a vice-prefeita Ivete Garcia e o deputado estadual Vanderlei Siraque), são do mesmo grupo, da corrente majoritária.”

Gallo não acha improvável essa unidade, ainda que nenhum dos pré-candidatos esteja disposto a abrir mão da disputa. “É possível por várias razões. Não há, por exemplo, divergências ou diferenças importantes no pensamento de um ou de outro com relação à Prefeitura. Então, por que o partido tem de se submeter a questões pessoais de alguém querer ser prefeito? O PT tem de ter grandeza de exigir que eles tenham grandeza caso não cheguem a um acordo.”

DECISÃO ADIADA

A declaração de Gallo era esperada porque representaria o desempate no Legislativo andreense. Dos seis vereadores na Casa, dois (José Montoro Filho, o Montorinho, e Maria Ferreira de Souza, a Loló) estão ao lado de Ivete, dois (Antonio Leite e Heleni de Paiva) com Siraque e um (Claudio Malatesta) é pré-candidato.

Gallo admite que recuou após conversar com o grupo político do qual faz parte. “Estava tudo certo. Mas o resultado da consulta feita internamente mostrou que há uma divisão. Uma metade acredita que tanto Ivete quanto Siraque merecem o apoio. Na outra metade, uma parte é Ivete e a outra, incluindo a minha família, é Siraque”, ressalta.

Ele avalia que uma manifestação agora somente atrapalharia o processo. “Não somaria muito a nenhum dos lados. E pior, acirraria ainda mais a disputa porque quem faltava declarar não falta mais. E, depois, fariam o que com essa informação? Não havia nada que justificasse apoio neste momento, até porque o meu projeto político não passa pelo nome da Ivete ou mesmo do Siraque. Passa pelo PT ter um prefeito bom, que continue nosso trabalho na cidade.”




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