Eleições 2016 Titulo Limite de gastos
‘Temer tem até fim do ano para aprovar PEC do teto de gastos’

Líder do MBL, Kim Kataguiri diz que evitará oposição ao governo do PMDB se houver sinalização para reformas e controle de despesas

Por Raphael Rocha
26/09/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Líder do MBL (Movimento Brasil Livre), Kim Kataguiri argumentou que o coletivo dará prazo até o fim deste ano para que o governo de Michel Temer (PMDB) dê sinais claros de mudança na política econômica, com rigidez nas despesas públicas e implementação de reformas trabalhista, previdenciária e de pacto federativo. O primeiro desafio, segundo ele, será a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limitará os gastos do governo nas próximas duas décadas.

“O governo Temer tem tempo (para implementar reformas estruturantes na economia), mas não sei se terá coragem. Inicialmente começou mal, falando que a gestão teria nomes de excelência, mas que se concentraram apenas no Ministério da Fazenda, com (Henrique) Meirelles (ministro), Ilan Goldfajn (presidente do Banco Central) e Maria Bastos (chefe do BNDES). O governo Temer é pneumático, funciona sob pressão. Enquanto não aprovar a PEC, não podemos falar que o governo Temer está proposto a adotar essas reformas. Mas se houver esse compromisso (de aprovar a PEC), daremos margem maior (sem convocação de manifestações)”, afirmou Kataguiri, em entrevista ao Diário.

A PEC do teto de gastos tramita no Congresso e o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estima que até dezembro haja consenso em torno do tema. O principal ponto da proposta é limitar as despesas de 2017 com os gastos de 2016, com correção da inflação do período. As sanções previstas são impedimento de contratação de servidores e até reajuste ao funcionalismo público.

O MBL foi um dos principais movimentos à frente do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Mas sofreu críticas também por demonstrar com menos entusiasmo defesa pela queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e outros líderes da direita. Outro questionamento é alinhamento a políticos do PSDB, principal partido de oposição ao PT.

“Claro que dá para desassociar (a atuação do MBL de líderes do PSDB). A denúncia de caixa dois na campanha de (José) Serra (PSDB, ministro das Relações Exteriores) partiu da gente. As delações contra o (senador) Aécio (Neves, do PSDB) e do Michel Temer na Lava Jato foram colocadas pela gente. Mas não podemos criminalizar a República com base em citações. Não pedimos o impeachment de Dilma Rousseff porque ela foi citada em delação. Foi com embasamento jurídico sólido. Havendo embasamento jurídico contra Michel Temer, de que ele tenha transgredido a Constituição, o MBL será o primeiro a estar na rua. Pode ter certeza disso.”

ELEIÇÕES
Com 40 candidatos a vereador pelo País, o MBL aposta em eleger ao menos 15 – a conta inclui Júnior Moreira, postulante à vereança pelo PSDB em São Bernardo. Outra cartada é Fernando Holiday, um dos coordenadores do movimento, que busca cadeira na Câmara de São Paulo pelo DEM.

“A ideia é fazer bancada suprapartidária. Se (o vereador) sair da linha, não temos vinculação que nos prenda a partidos políticos. Vamos trazer visibilidade às Câmaras que elegerem um integrante do MBL”, vislumbrou Kataguiri, enaltecendo apoio às campanhas a prefeito de Orlando Morando (PSDB), em São Bernardo, e Paulinho Serra (PSDB), em Santo André.




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