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Por reajuste, operários iniciam greve na Pirelli

Trabalhadores querem reposição da inflação
mais 3% de aumento real e PLR de R$ 13 mil

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
21/06/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Trabalhadores da Pirelli iniciaram ontem greve por tempo indeterminado na fábrica de Santo André. Os cerca de 1.700 funcionários da planta reivindicam reposição integral do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), cujo acumulado em 12 meses está em 9,82%, mais reajuste real de 3%.

Entretanto, segundo o presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo, Marcio Ferreira, a companhia ofereceu aumento de 7,5% – abaixo, portanto, da inflação do período. “Outro problema é que esse percentual seria aplicado apenas em janeiro”, diz.

A categoria também exige PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor de R$ 13 mil. A contraproposta da Pirelli previa bonificação de R$ 7.000, o que também foi rejeitado.

A empresa informa que “a proposta de reajuste salarial apresentada pela Pirelli já foi aprovada pelos funcionários de Campinas (Interior de São Paulo) e Gravataí (Rio Grande do Sul)” e que “propôs ao sindicato um aumento salarial tendo em vista o bem do trabalhador, apesar de representar um desafio para a empresa por conta do difícil cenário econômico nacional”. Entre as dificuldades citadas pela companhia estão a queda do PIB pelo segundo ano consecutivo – que deverá ser de -3,44% em 2016, segundo o Relatório Focus, do Banco Central – e “o prolongado andamento negativo do setor automotivo e do mercado de pneus”.

De acordo com o presidente do sindicato, será realizada hoje audiência de conciliação entre as partes na Delegacia Regional do Trabalho.

Além da crise econômica, os operários da Pirelli também estão apreensivos com o fato de a empresa ter sido comprada pelo grupo ChemChina, transação que foi concretizada no início do mês. O grupo chinês adquiriu 26,2% das ações da multinacional italiana por 7,1 bilhões de euros (o que, na época, correspondiam a cerca de R$ 24,4 bilhões) e passa a ser acionista majoritário da Pirelli, que é a quinta maior fabricante de pneus no mundo.

Também foi aprovada greve nas indústrias de artefato de borracha. Os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste salarial parcelado de 8%, sendo 5% pagos de imediato e os outros 3% em janeiro, além de abono no valor de R$ 400. A reivindicação de correção do pagamento é a mesma feita às pneumáticas.

Na Bridgestone, fabricante de pneus também localizada em Santo André, os funcionários aprovaram na semana passada aumento imediato de 7,5% mais PLR de R$ 11 mil. A companhia, que é detentora da marca Firestone, possui aproximadamente 3.500 empregados no Grande ABC. 




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