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Servidores de Diadema
prometem resistência
Por Gustavo Pinchiaro
do Diário do Grande ABC
04/05/2011 | 07:02
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Após completar seis dias de paralisações no serviço público de Diadema, a presidente do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos), Jandyra Uehara Alves, declarou que a categoria está preparada para prosseguir com a greve "quantos dias forem necessários", até que o prefeito, Mário Reali (PT), apresente uma contraproposta que atenda às 15 reivindicações, sendo o reajuste salarial de 11% a principal.

No entanto, Reali se mantém irredutível e coloca como única opção a contraproposta rejeitada pelos servidores, de conceder 2% de acréscimo somente em dezembro, sendo que a data-base da categoria venceu em março. Ao todo, o prefeito propôs chegar a acréscimo de 10,4% com cinco parcelas de 2% que seriam incorporadas nos vencimentos nos seguintes meses: dezembro, fevereiro, abril, julho e setembro. Seis itens da pauta foram considerados inviáveis por falta de condições financeiras. Somente o iten que se refere à folgas de GCMs (Guardas-Civis Municipal) foi atendido.

Enquanto o impasse vai durando, o sindicato atuou ontem na região Leste da cidade - Jardim Marilene, Promissão e Casa Grande - com o chamado piquete móvel, que reúne servidores que aderiram à greve e tentam conscientizar quem ainda está trabalhando. Um dos ganhos contabilizados foi adesão de dez dos 11 médicos especialistas do Quarteirão da Saúde à paralisação.

O Diário percorreu setores da Educação e Saúde da cidade e constatou que a movimentação está atingindo essas engrenagens da maquina pública. Na UBS (Unidade Básica de Saúde) São José, dos cerca de 50 funcionários, cinco estavam em seus postos de trabalho. Na unidade Canhema, 15 dos 90 funcionários estavam presentes. Nesses locais, funcionários relataram que o serviço de acolhimento dos munícipes, quando é coletado todos os dados da pessoa ao chegar, foi prejudicado e os atendimentos estão sendo feitos de maneira precária. Porém, no Hospital Infantil e na UBS Nações (no mesmo prédio) houve adesão à greve de quatro funcionários, dos 130.

A Escola Municipal Perseu Abramo, que atende crianças de até 4quatro anos, sofreu baixas de 40 dos 54 professores. Na unidade Santa Rita, nove dos 27 magistrados não compareceram à labuta. Já na Escola Henfil, apenas um professor não esteve presente.

Em conversas com os não grevistas, o que pôde ser constatado é que eles também não estão satisfeitos com a contraproposta do prefeito. Há três motivos comuns pela não adesão entre a maioria ouvida pelo Diário. Primeiro é o medo dos descontos no holerite previstos pela administração. Segundo, guardar forças e dinheiro para promover greve no ano que vem, quando Reali disputa reeleição, o momento é considerado mais oportuno. Terceiro, concentrar a negociação no Plano de Carreiras, Cargos e Vencimentos e Estatuto do Magistério, para garantir ganhos em projeções.

Mário Reali diz que Esportes fica com PT

Após a Articulação de Esquerda (corrente interna do PT) romper com o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), por discordar com a opção ‘política' de não conceder reajuste salarial para corrigir a inflação (6,36%) aos servidores públicos, e deixar a Secretaria de Esportes, as especulações sobre o substituto de Rubens Xavier se iniciaram. O prefeito, no entanto, garante permanência de um petista no posto.

Os bastidores indicam que o PCdoB, que comandou a Pasta com Valdemir Monteiro na gestão do petista José de Filippi Júnior (2004-2008), tenta retomar o cargo. O presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB), nega a intenção. "Existe uma vontade do pessoal ligado ao esporte. Eles consideram que nós éramos mais abertos ao diálogo. Se isso ocorrer, será por indicação deles e não por um pedido nosso", pontuou.

O comunista destacou que no início da atual gestão em 2009 concordou com a permanência do partido na sustentação em troca de cargos comissionados comuns. "Entendíamos que merecíamos uma secretaria, mas concordamos em ficar sem, por isso não vamos pedir para voltar", afirmou.

Reali nomeou interinamente o seu chefe de gabinete, Osvaldo Misso, para realizar a transição. "Ainda não há especulação. O prefeito vai protelar isso após a greve dos servidores. Espero que seja um nome de consenso dentro do PT", explicou o dirigente municipal do PT, Josemundo Dário Queiroz, o Josa.




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