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Falta de remédios afeta Hospital Mário Covas

Distribuição da Ciclosporina e do leite
Neocate está suspensa por ausência de estoque

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
26/11/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Além das reclamações pela longa espera para retirar medicamentos na Farmácia de Alto Custo, que muitas vezes chega a ser de quatro horas, agora o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, é alvo de reclamações sobre falta de remédios. Segundo pacientes, a ausência de Ciclosporina de 50 mg e 100 mg coloca em risco o tratamento de pessoas que fizeram transplante. Também está em falta o leite Neocate, usado por quem tem alergia à lactose.

Essencial para adaptar e inibir a rejeição do corpo ao novo órgão, a Ciclosporina está em falta há cerca de um mês. A dona de casa Maria Leci dos Santos, 63 anos, é uma das moradoras pegas de surpresa. “Minha filha passou por transplante de rim e há 15 anos usa o remédio. Nunca tivemos problemas, mas agora não sei o que fazer”, relata a mãe da paciente Gisele dos Santos, 40.

Segundo Maria, desde a semana passada ela tem procurado o medicamento sem sucesso. “É um remédio caro (preço varia de R$ 374,43 a R$ 455,24). Minha renda atual é de R$ 800 provenientes do auxílio-saúde da minha filha. Estou com receio do processo cirúrgico ser revertido. Ela não aguentaria passar por outro transplante ou hemodiálise.”

O leite em pó Neocate – indicado para crianças que têm alergia ao leite de vaca – também está em falta. O problema já dura um mês, segundo pacientes. Em farmácias, a lata de 400 mg varia de R$ 144,79 a R$ 183,36.

Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, no caso da Ciclosporina, nos dois últimos pregões, nenhuma empresa se interessou em vender o remédio ao Estado. Um terceiro processo de compra foi feito com sucesso e a Pasta irá cobrar o fornecedor para que entregue o produto o mais breve possível. Já em relação ao leite o Estado afirma que “desde outubro vem tentando fazer nova compra, mas a empresa Nutriport Comercial Ltda barra o processo na Justiça.” Enquanto isso, são oferecidas duas fórmulas similares.

A Nutriport disse que paralisou o processo pois, após vencer pregão eletrônico para distribuir ao Estado, o governo revogou a licitação, mesmo com produto em estoque. A Pasta não detalhou os motivos.

 

MUDANÇA

Faltando menos de uma semana para o prazo dado pelo secretário de Estado da Saúde, David Uip, para a descentralização da Farmácia de Alto Custo do Mário Covas, a Pasta ainda não tem definido nenhum local para realizar a mudança.

Segundo a secretaria estadual, ainda estão sendo negociados com os municípios os pontos de distribuição.  




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