O Ministério Público em São Bernardo foi acionado para apurar se há irregularidade no contrato mantido pela Prefeitura de São Bernardo com a Uzeda Comércio e Serviços Ltda. A empresa é de Cesar Uzeda, ex-diretor da OAS e que apareceu nos autos da Operação Lava Jato chamando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ‘Brahma’ e marcando palestras ao petista no Exterior.

A denúncia foi oferecida pelo vereador Pery Cartola (SD), que está na bancada de oposição ao governo de Luiz Marinho (PT) – afilhado político de Lula.

“O que acontece é que, para não chamar a atenção, grandes empresas envolvidas nos escândalos do Mensalão e da Lava Jato estão criando novos braços no nosso município. Empresas com laranjas ou grandes empresários com novas empresas e atividades diversificadas para darem sequência em um possível grande esquema de corrupção”, opinou Pery. “Vamos fazer o possível para fiscalizar e acionar a Justiça para saber se não houve direcionamento e se todos os caminhos regimentais de uma licitação foram respeitados.”

No domingo, o Diário mostrou que, entre 2011 e 2015, a Uzeda Comércio e Serviços recebeu R$ 2,1 milhões do governo Marinho para “prestação de serviços de mão de obra com aplicação de peças originais e genuínas na manutenção de mecânica (freio, suspensão, direção, injeção, refrigeração, lubrificação, transmissão, motor), bem como elétrica, funilaria, pintura, tapeçaria, carroceria, caçamba, baú, ar-condicionado e socorro mecânico em guincho tipo plataforma nos veículos da frota municipal.”

Cesar Uzeda foi relacionado à Lava Jato quando policiais interceptaram troca de e-mails e mensagens de celular dele com Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. Numa das conversas, Cesar Uzeda tratou com Pinheiro sobre palestra de Lula em Santiago, no Chile. O empresário esteve, ainda de acordo com a PF, em outras viagens internacionais do ex-presidente, relatando proximidade.