Após estabelecer marca histórica na cidade, a greve dos servidores públicos de São Bernardo foi encerrada ontem, ao chegar em seu 22º dia – maior período de braços cruzados da categoria, até então, havia ocorrido na gestão de Mauricio Soares (PT) entre 1997 e 2000, que durou 21 dias.

O encerramento da paralisação da categoria se deu depois de recuo do governo do prefeito Luiz Marinho (PT), que revisou a decisão de desconto sobre os dias parados. O chefe do Executivo, por meio do secretário de Administração, Augusto Pereira (PT), colocou na mesa de negociação que dos 22 dias de greve, três serão abonados e os outros 19 serão compensados e descontados do banco de horas. A decisão foi registrada em reunião com dirigentes do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), no Paço.

“A partir do momento que a forma de desconto ficou clara, foi possível obter maior satisfação da categoria. Estávamos trabalhando para encerrar a greve, pois chegamos ao limite. Não cabe agora mais críticas ao que passou. Somente frisar que a certeza deixada por essa mobilização foi que nenhum prefeito mais vai desrespeitar essa classe”, afirmou o presidente do Sindserv, Giovani Chagas.

Excluindo a discussão sobre os dias parados, a proposta da administração petista foi mantida, determinando assim pagamento de abono em duas vezes – R$ 1.550 em junho e R$ 310 em dezembro – e reposição de dois anos de inflação (2015 e 2016), com inclusão dos servidores inativos.

Segundo Chagas, a paralisação, que teve como ápice 60% de adesão entre os 20 mil servidores – 13 mil ativos e 7.000 aposentados –, “estava perdendo a força”. “Chegamos no dia de hoje (ontem) com a participação de aproximadamente 25% da categoria. Muitos acabaram desistindo, com preocupações de exoneração e perda de benefícios. É normal e natural. Contudo, o que foi determinante para a nossa vitória foi a união, acho que nunca vista entre os servidores da região”, acrescentou.

Sem abertura de diálogo com Marinho, os servidores iniciaram greve no dia 13. Durante período, manifestações pelas ruas do Centro e acampamento na sede da Câmara marcaram a paralisação.