Para aqueles que não gostaram do Chevrolet Agile, a nova Montana é boa surpresa. A General Motors conseguiu avançar no segundo veículo da família Viva. Tanto o design externo quanto o interior apresentam efeitos superiores ao do hatchback, que tem a mesma frente da picape. O crédito do resultado final pertence ao Centro Tecnológico de Engenharia, que enfrentou o desafio de renovar, em São Caetano, um dos produtos mais bem-sucedidos da corporação.

A nova Montana foi apresentada em grande estilo no final de semana no balneário de Porto de Galinhas (distante cerca de 50 quilômetros de Recife, PE). O empenho da GM em fazer uma grande festa para a divulgação do produto tem muito sentido.

Com a renovação da picape, a montadora espera crescimento de 15% nas vendas da Montana, segunda colocada em sua categoria, com 25.246 unidades emplacadas até setembro (22,2% do segmento). Daqui para frente, o marketing projeta vender 3.500 unidades por mês.

De acordo com Pedro Manuchakian, diretor de engenharia da General Motors, a Montana recém-lançada conseguiu superar em dimensões a concorrência, que tem na Fiat Strada a liderança absoluta de vendas entre picapes pequenas.

Com a nova arquitetura, a picape da Chevrolet passa a ter 4,51 metros de comprimento, 2,67 m distância de entre os eixos, largura de 1,70 m e altura de 1,58 m. Equipada com protetor em todas as versões, a capacidade da caçamba passou para 1.100 litros com 758 quilos de capacidade de carga útil. Internamente, a Montana ainda oferece 168 litros para acondicionar objetos atrás dos assentos.

As novas dimensões deram a impressão de dificultar um pouco o arrasto da Montana, que só vem equipada com motor flexível de 1.4 litro. No test drive preparado pela GM na estrada plana na quente região do porto de Suape, o utilitário mostrou dificuldades em saídas, com ar condicionado ligado no último estágio. O desempenho melhora com o veículo embalado.

Motor fraco a Montana não tem. Com novo sistema de gerenciamento eletrônico desenvolvido no Brasil, o propulsor gera 102 cavalos a 6.000 rpm e tem torque de 13,5 mkgf a 3.200 rpm quando abastecido com etanol e 97 cv e 13,2 mkgf a 3.200 rpm, com gasolina. Segundo a montadora, é o motor 1.4 aspirado mais potente do mercado brasileiro.

Internamente, chama atenção a profusão do plástico, que está presente desde o painel até o acabamento das portas - dando ar espartano ao acabamento. Em relevo, o tecido que recobre assentos apresenta bonito efeito.

Externamente, o teto tem detalhe de design interessante, incrementando o visual da cabine. Trata-se de elevação, que começa n a junção com o para-brisa e vai até a traseira da cabine, encontrando-se com o brake light (terceira luz de freio). O rack de teto é item de série para a versão Sport.

A nova Montana tem posição elevada de dirigir. "Para uma picape isso é fundamental, uma vez que aumenta a visibilidade dianteira e traseira", ressalta Carlos Barba, executivo responsável pelo design. Na direção, o motorista também não vê a frente do veículo. No retrovisor, o rebaixamento da tampa da caçamba melhora a visão.

VERSÁTIL
A GM faz questão de ressaltar a versatilidade da picape, que pode ser utilizada para lazer, trabalho e transporte de pequenas cargas - ou ambos ao mesmo tempo. Por isso, a necessidade de criar design e acabamento que funcionem bem para amplas as aplicações.

A picape será vendida em duas versões, LS e Sport. Na primeira, os preços variam em quatro faixas. A de entrada sai por R$ 31.990 e a final custa R$ 39.933. A montadora espera concentrar vendas nas versões intermediárias (R$ 34.443 e R$ 37.653), esta última mais equipada.

Com maior nível de equipamentos, a Sport será oferecida por R$ 44.040. Entre os itens de série desta versão esportiva destacam-se freios ABS, air bag duplo, computador de bordo, GPS, equipamento de som com conectividade, santantônio e rodas de liga leve. A Sport oferece ainda a possibilidade de colocação de aro 17.

O carro chega às concessionárias em outubro. Lançada em 2003, a Montana tem tudo para seguir sua trajetória de sucesso. Com quase 600 concessionárias espalhadas pelo País, a GM está convencida disso.