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Faz mal segurar o pum?
Por Nayara Fernandes
Especial para o Diário
05/09/2010 | 07:10
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Orlando Filho/DGABC


Lucas Apolinário Saraiva, 10 anos, de Santo André, afirma que já conseguiu segurar o pum. "Uma vez, estava numa festa e fiquei com medo de fazer barulho e segurei!", conta. Lucas não sabe se isso faz mal e diz que é falta de educação soltar gases na frente dos outros.

Não há nenhum problema em segurar o pum, cujo nome correto é flatulência. Os médicos explicam que os gases, como arroto e pum, são liberados de forma involuntária (sem depender da nossa vontade) pelo organismo e, na maioria das vezes, é possível segurá-los. Mas nem sempre dá para escolher quando ou não se pode eliminá-los.

Ao segurar o pum, por exemplo, ele volta para o intestino até escapar de novo. No entanto, quem faz isso com frequência pode ter dores de barriga e problemas no abdômen (chamado de distensão abdominal).

O pum é um gás que sai pelo ânus, acompanhado ou não por som. Dependendo da velocidade que for expulso e da contração de uma espécie de válvula, ele será mais barulhento ou silencioso. Esse gás é o resultado do ar ingerido com a comida (ou enquanto falamos) e da decomposição dos alimentos pelas bactérias que moram no intestino grosso (último local por onde os alimentos passam antes de serem absorvidos ou eliminados pelo intestino).

Um dos gases de sua composição é o metano que, por ser mais leve do que o ar, sobe rapidamente para atmosfera; por isso, é fácil sentir seu cheiro. Alguns alimentos provocam mais gases, como grãos (feijão, ervilha), verduras (repolho) e legumes crus (couve-flor). Segundo os especialistas, o arroz é o único alimento que não dá gases.

A quantidade depende do organismo de cada um, uma vez que as bactérias presentes no intestino se diferenciam de uma pessoa para outra. Quem está doente ou com problemas de estômago tem mais chances de produzir puns mais fedidos. Dormindo ou acordados, todo mundo solta pum, entre 15 a 20 por dia, o que equivale a 1 litro e meio de gases.

Arroto - Ao contrário do que muitos pensam, o arroto não é o pum que sai pela boca. Depois que o ar é engolido, ele atravessa a faringe e o esôfago antes de chegar ao estômago. Parte dele vai para o intestino grosso, onde vira pum, e a outra é impulsionado por contrações do estômago e acaba saindo pela boca, como arroto.

Consultoria da médica gastroenterologista Ethel Zimberg Chehter, da Faculdade de Medicina do ABC

Causa o efeito estufa
Assim como os humanos, os bichos também soltam pum. Os gases que os animais eliminam de forma natural também contêm metano, um dos responsáveis pelo efeito estufa.

Efeito estufa é o acúmulo de calor na atmosfera, causada pelo aumento de certos gases. Isso provoca alterações no clima, como o aumento da temperatura, que derrete as camadas de gelo e eleva o nível dos mares.

O metano também é liberado naturalmente pelos vulcões e pela decomposição de matéria orgânica, como restos de comida e de vegetais, além de animais mortos. Mas a maior parte desse gás é liberada mesmo pelos grandes rebanhos de gado e ovelhas.

Sua permanência na atmosfera é curta. Metade do que é jogado a cada dia desaparece em 12 anos, enquanto que o dióxido de carbono (que sai do escapamento dos carros e das queimadas das florestas, entre outros) permanece no ar por até 100 anos, sendo o principal vilão do efeito estufa.

Saiba mais
Xixi é o liquido que sobra da filtragem do sangue nos rins. É composto por 96% de água, ureia, cloreto de sódio, entre outras substâncias. Como o rim serve de filtro para o organismo, os médicos fazem exame de urina para saber se o paciente está saudável.

Cocô é o material que sobra após a digestão dos alimentos. Depois que é formado pelo intestino grosso, é eliminado pelo ânus. Não é preciso fazer cocô todos os dias. O importante é que as fezes tenham consistência e não causem desconforto na hora de evacuar. Assim como o pum, seu cheiro forte é resultado da ação das bactérias que vivem no intestino. Dependendo do que a gente come, o cheiro fica pior.

O aumento na produção de gases, em geral, ocorre devido ao tipo de bactérias presentes no intestino grosso. Também está ligado aos hábitos alimentares e a algumas doenças, como a diarreia.

Os gases nitrogênio e hidrogênio, presentes na atmosfera, entram pela boca e percorrem o tubo digestivo. Parte deles é absorvida pelo organismo, e o restante vai para o intestino grosso. Com os alimentos que estão sendo digeridos, formam os gases do pum.




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