Economia Titulo Análise
Crise atinge mercado qualificado
Por Da Agência Brasil
26/12/2008 | 07:22
Compartilhar notícia


O mercado de trabalho brasileiro, sobretudo o formal, que se mostrava aquecido até setembro deste ano, batendo recorde de geração de emprego, deverá passar por uma desaceleração devido à crise internacional. A afirmação foi feita pelo chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getulio Vargas), Marcelo Neri.

Até agosto, o emprego no País estava 24,7% acima do nível de 12 meses do ano passado, que foi o recorde anterior da série, disse Neri . Isso correspondeu à abertura de 1,88 milhão de postos de trabalho formais (com carteira assinada) no Brasil no período de 12 meses encerrado em agosto.

Neri considerou esse resultado surpreendente, pois a crise internacional havia sido anunciada há um ano e várias economias desenvolvidas já enfrentavam recessão, com extinção de inúmeros postos de trabalho.

"Até o último PIB (Produto Interno Bruto) o quadro era surpreendente: apesar da crise, anunciada há mais de um ano lá fora, muitos países desenvolvidos estão com crescimento negativo e com destruição de postos de trabalho, e o Brasil, até pouco tempo, batia recorde de geração de emprego formal."

O economista ressaltou que os números no mercado de trabalho mudam conforme o PIB, cuja variação no terceiro trimestre do ano atingiu 6,8%. Nos 12 meses encerrados em setembro, a taxa de crescimento do PIB foi de 6,4%, a maior da série histórica.

Como a crise chegou em outubro ao mercado de crédito, destacou Neri, trouxe preocupações, "como aquelas vividas nas crises externas da metade dos anos 1990, que acabaram se tornando crises de desemprego". Para ele, somente as grandes empresas deverão sofrer de forma mais acentuada o desaquecimento deste fim de ano, por causa da segunda etapa da crise.

Neri acredita, no entanto, que o desaquecimento tende a ser menor no mercado de trabalho das pessoas não-qualificadas. "Quem está sofrendo mais com a crise, tanto no Brasil quanto fora, são as grandes empresas e as pessoas que trabalham nesses setores e têm trabalhos mais qualificados, mais formais".

Neri aposta que, apesar da desaceleração prevista, o ano de 2008 ainda deverá ser recorde na geração de emprego formal.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;