O deputado federal Vanderlei Siraque (PT) entrou numa saia justa ao fim do processo eleitoral. Na avaliação de integrantes da executiva petista, com baixa dedicação à campanha do correligionário Carlos Grana, o parlamentar, que conquistará cadeira cativa no Congresso Nacional a partir do 1º de janeiro, fica em situação delicada dentro do partido.

Depois de protagonizar o racha interno de 2008, Siraque colecionou outras rusgas no pleito deste ano, principalmente no segundo turno. O deputado teria se ausentado sobremaneira após sua mulher, Bete Tonobohn, ter sido eleita vereadora no dia 7. Pelo contexto, ao participar só de eventos à militância ou com grandes lideranças, Siraque deve sofrer processo de fritura do diretório petista. Mesmo na data da vitória petista na corrida pelo Paço, dia 28, houve troca de farpas entre o parlamentar e o presidente municipal da sigla, Luiz Turco.

A primeira ação interna, nos bastidores, tende a ocorrer efetivamente na eleição de 2014, quando Siraque concorrerá à reeleição à Câmara dos Deputados. Em Santo André, nomes do PT e de fora estão cotados para pleitear a mesma vaga, batendo de frente com o parlamentar. Internamente, o próprio Turco, que nega qualquer articulação nesse sentido, é cogitado para entrar no páreo. Além do presidente petista, o sindicalista Cícero Martinha, hoje no PDT, e vice de Siraque há quatro anos, poderia ingressar na disputa eleitoral.

Em contrapartida, Siraque tinha o compromisso de Grana por apoio exclusivo na campanha de 2014. O acordo foi firmado quando Siraque retirou o nome da prévia que definiria o candidato do PT a prefeito, deixando o caminho livre para Grana.

Devido ao período de escolha do primeiro escalão de Grana ser iminente, comenta-se que Siraque teria indicado sua mulher para comandar a Secretaria de Educação - ela ocupou o cargo durante a gestão João Avamileno (2002 a 2008). A sugestão, entretanto, não teria sido acatada, mesmo o primeiro suplente de vereador do PT, Alemão Duarte, tendo proximidade com Grana pela ligação no sindicato.

O prefeito eleito não definiu os quadros que formarão o secretariado, antecipando apenas que será mistura de técnicos com políticos. Mas alguns nomes começam a ser aventados: o chefe de gabinete do deputado estadual, Arlindo José Lima (PT), o ex-prefeito João Avamileno (PT), a ex-vice-prefeita Ivete Garcia (PT), o vereador Paulinho Serra (PSD), o ex-prefeiturável Raimundo Salles (PDT) e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Martinha.