Quando precisam de atendimento médico, a opção para os 5.400 moradores do Areião, em São Bernardo, é utilizar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e UBS (Unidade Básica de Saúde) do Riacho Grande ou o Pronto Socorro Central. No bairro não há equipamentos públicos de Saúde. "Nesta semana, tenho consulta no Riacho, depois preciso pegar resultados de exames no bairro dos Finco, e voltar para o Riacho. Só nisso, gasto mais de R$ 10 com ônibus", disse a dona de casa Vasti Maria do Nascimento, 52 anos.

Quando há criança envolvida, o problema piora. Na semana passada, a amiga da operadora de telemarketing Edna Monteiro, 22, estava com os dois filhos doentes e os levou ao Pronto-Socorro Central. "Ela teve que ir de ônibus. Quando acontece esse tipo de coisa, dependemos dos vizinhos que têm carro, mas não é sempre que as pessoas podem ajudar."

Quem também reclama da falta de posto de Saúde no bairro é a doméstica Janilda Maria do Nascimento, 47. Os agentes de Saúde passaram na casa dela e aconselharam que sua pressão fosse medida todos os dias, por causa do risco de hipertensão. "Só que eles disseram que medir na farmácia não é confiável, e que eu teria que ir ao posto do Riacho. Não tenho dinheiro para pagar o transporte todos os dias. Caminhando demora 40 minutos, mas vou chegar com a pressão lá em cima de tanto exercício."

Em março, a Prefeitura assinou contrato de financiamento de R$ 39 milhões junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para o fortalecimento da rede de atenção básica e modernização do atendimento na Saúde. Parte do recurso será destinada, segundo a administração, para a construção de mais três UBSs na cidade, e uma delas atenderá a população do Areião. As outras duas serão no Montanhão e Saracantan/Vanguarda. A previsão é que fiquem prontas em até dois anos.

No sábado, a EE Profº Célio Luiz Negrini receberá serviços de Saúde, como aferição da pressão arterial e testes de glicemia no Diário do Grande ABC nos Bairros, das 9h às 16h.