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Morte de preso em CDP será apurada
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
13/09/2005 | 08:08
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A juíza corregedora de Santo André, Flávia Beatriz Gonçalez da Silva, ordenou segunda-feira a abertura de inquérito policial para apurar a morte de um preso e a fuga pela porta da frente de 11 detentos do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André no último sábado. Sete continuam foragidos. Os mais de 1,3 mil que continuam na detenção – que tem capacidade para 512 pessoas – passaram na manhã de segunda-feira por uma revista. A ação, realizada pela Tropa de Choque da Polícia Militar e pelo GIR (Grupo de Intervenções Rápidas), da Secretaria de Administração Penitenciária, apreendeu 20 facas, quatro estiletes e um celular.

A fuga ocorreu às 8h30 de sábado, durante o horário de visita. Mais de 50 detentos tentaram fugir. Os presos passaram por dois portões antes de chegar ao pátio, que dá acesso à saída. No segundo portão, presos armados teriam feito de reféns pelo menos três agentes penitenciários. No pátio, trocaram tiros com os agentes da muralha. Pelo menos 50 parentes de presos, que estavam dentro da detenção para a visita, presenciaram o tiroteio.

O detento Carlos Luis Lopes Gomes, 19 anos, morreu baleado. Pelo menos outros dois ficaram feridos. A reportagem obteve a informação de que, além dos 11 presos, número de fugitivos divulgado pela direção do CDP, outros quatro homens egressos da detenção passaram pelo Centro Hospitalar de Centro André no último sábado, com ferimentos leves.

O fato de os presos estarem armados e que teriam encontrado os portões abertos serão objeto da investigação, que deve ser conduzida pelo 4º Distrito Policial de Santo André e que é considerada padrão em casos como esse. Parentes de presos acreditam que funcionários possam ter facilitado a fuga. "A revista é muito rigorosa. Eles não deixam entrar nem bolo recheado, como alguém entraria com uma arma?", questiona a mãe de um dos detentos.

Domingo, três agentes penitenciários do CDP foram encaminhados à delegacia para passar por exame residuográfico e análise das armas. Duas espingardas calibre 12 e um revólver 38 foram apreendidos pelo delegado Roberto Von Haydin. Até agora, a direção do CDP não apresentou à polícia nenhuma das armas supostamente usadas pelos presos.

Segunda-feira, parentes acompanharam desesperados a entrada e a saída da Tropa de Choque do CDP. "Eles judiam muito deles", desabafou a mãe de um dos detentos. A Secretaria de Administração Penitenciária garante que durante a revista nenhum preso foi ferido. Ainda segundo a secretaria, o jumbo – comida dos presos levada por familiares – estará liberado a partir de terça-feira. As visitas ocorrerão normalmente, aos sábados e domingos.




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