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Show de horrores em nível internacional
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
07/09/2021 | 00:01
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Que vexame o que aconteceu no domingo na Neo Química Arena, em Itaquera, com a suspensão do tão esperado duelo entre Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar. Não dá para apontar apenas um culpado por uma das cenas mais bizarras do futebol mundial dos últimos tempos. Por outro lado, teve um ponto positivo: mostrou que o futebol não está acima de tudo. A cena dos agentes da Anvisa entrando em campo para tentar tirar os atletas que sequer deveriam ter sido permitidos a ingressar no País é trágico-cômica. Ao mesmo tempo, lamentável. O caso evidenciou falhas na fiscalização da entrada de estrangeiros no território brasileiro. Afinal, mesmo que os quatro argentinos que jogam na Inglaterra tenham mentido em suas declarações para as autoridades sanitárias, os passaportes deles têm o carimbo inglês, que integra a lista de países onde foram identificadas variantes do novo coronavírus. Consequentemente, exige-se que o viajante proveniente destes locais permaneça em quarentena por 14 dias. Assim, deveriam ter sido deportados ou encaminhados de volta à Argentina imediatamente.

Não foi o que fez o quarteto dos hermanos. Três estavam em campo como titulares e o quarto na arquibancada em Itaquera. Mas, antes disso, estiveram no vestiário, no ônibus, no hotel (fazendo uma retrospectiva inversa). Treinaram na véspera no próprio local do jogo. E em todos estes momentos uma ação da Anvisa e da Polícia Federal seria mais eficiente e haveria muito menos repercussão negativa. Afinal, adentrar ao campo e agarrar um argentino pelo braço está bem longe de uma atitude das mais racionais e eficazes. E foi assim que o circo foi armado e sob olhares do mundo o maior clássico sul-americano virou motivo de chacota, principalmente para a imprensa do país vizinho, que viu excessos das autoridades brasileiras e, desta maneira, acabou passando um pano sobre a omissão de informações verídicas dos quatro jogadores de sua seleção nacional – de fato, a mídia argentina age com muito mais paixão e patriotismo do que a nossa. Neste caso, exagerada e erroneamente, na minha modesta avaliação.

O NOVO ÍBIS?
O Mauá FC segue fazendo grande campanha no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. E domingo, em Mogi das Cruzes, aplicou a maior goleada de sua história: 9 a 0 sobre o Atlético Mogi. Aliás, permita-me ir além das fronteiras do Grande ABC para falar sobre o adversário, que já pode assumir o lugar do Íbis-PE como pior time do mundo. Afinal, o revés para o Índio significou o 42º jogo sem vencer da equipe mogiana, sendo dois empates e 40 derrotas (esta última, para o representante do Grande ABC foi a 22ª consecutiva), com saldo de gols de -138 (sofreu 154 e marcou apenas 16). Este período sem triunfos se estende desde 2017 quando, em 16 de junho venceu o Real Cubatense, de Cubatão, por 1 a 0. Nas redes sociais, torcedores e jornalistas questionam a facilidade com que o Mauá FC fez alguns de seus tentos. Há quem defenda, inclusive, que a partida seja investigada, como é o caso do colega Eduardo Bianchi. Vale ressaltar, no entanto, que o Atlético Mogi jogou os últimos dez minutos com dois jogadores a menos, período que sofreu quatro dos nove gols (um deles, aliás, marcado contra). Só o tempo irá dizer ou a Justiça poderá provar. Enquanto isso, a Segundona segue e a equipe do Alto Tietê tem mais cinco compromissos pela primeira fase do torneio para colocar um ponto final nessa terrível sequência. Ah, e o Íbis vai muito bem, obrigado. Inclusive venceu o Cabense-PE por 3 a 0, sábado, pela Série A-2 do Pernambucano.

TÁ COM TUDO
A lateral-esquerda Tamires caminha a passos largos para se tornar uma das maiores referências do futebol feminino nacional. Vivendo grande momento em campo, sendo frequentemente chamada à Seleção Brasileira e em boa fase pelo Corinthians, a moradora de Santo André vem, merecida e reconhecidamente, surgindo em tudo quanto é ação relacionada – ou não – à modalidade. Somente nos últimos dias, foram três aparições: como representante da equipe feminina do Timão na live da festa de aniversário de 11 anos do clube; junto à skatista Rayssa Leal, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em atividade que pode estar relacionada à Octagon, empresa que tem como sócio o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, este que, não coincidentemente, publicou foto com a Fadinha no mesmo dia; e como garota-propaganda da CBF Academy, sendo a primeira embaixadora da instituição educacional da entidade, sendo porta-voz do ensino às mulheres do futebol;.

“Me sinto muito honrada em representar a CBF Academy como embaixadora e levar adiante esse propósito de capacitação de quem trabalha ou quer trabalhar com o futebol. Fiz parte da primeira turma da escola de futebol feminino da CBF Academy, tenho planos de continuar participando de cursos e licenças, e, principalmente, poder usar a minha voz para trazer outras pessoas, homens e mulheres, para estudar e ajudar o desenvolvimento do nosso esporte”, declarou Tamires ao site da CBF. Pois é, a mãe tá on! 




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