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Passeata pró-Lula atrai 3 mil pessoas
Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
06/09/2005 | 07:53
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Um ato em defesa do presidente Lula levou aproximadamente três mil pessoas à Praça da Matriz, em São Bernardo, nesta segunda-feira à noite, onde lideranças políticas e sindicais manifestaram seu apoio ao governo federal e, em especial, ao PT (Partido dos Trabalhadores). A manifestação, que teve início na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, contou com a presença do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do presidente interino do partido, Tarso Genro.

"É uma grande honra estar aqui no berço das grandes lutas da classe trabalhadora brasileira", disse Genro, em referência ao local histórico das manifestações de metalúrgicos da região nas greves de 1978 a 1980.

Concentrados na sede do sindicato, prefeitos, deputados, vereadores, estudantes, líderes religiosos e lideranças comunitárias – munidos de cartazes, bandeiras e faixas com mensagens pró-Lula (uma delas trazia um dos lemas do ato: "Lula é meu amigo. Mexeu com ele mexeu comigo") – saíram pelas ruas do Centro de São Bernardo ao som da música "Pra não dizer que não falei das flores", do cantor e compositor Geraldo Vandré.

À frente dos manifestantes, Marinho, Genro e o deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho, de Santo André, entrelaçaram os braços e comandaram a passeata que não empolgou a população, indiferente ao movimento. Nada de vaias ou aplausos, apenas olhares curiosos para o carro de som que aproximava-se da praça. A passeata também não prejudicou o trânsito.

Já no palanque, repleto de lideranças políticas regionais petistas – entre elas, o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, e os deputados estaduais Donizete Braga e Vanderlei Siraque –, os discursos defendiam o presidente Lula e criticavam a oposição e os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Não vamos nos intimidar com essa campanha que está aí. Sabemos que erramos e vamos corrigir, mas não é isso que está em debate. Se eles quisessem acabar com o caixa dois, não teriam começado pelo PT. Isso vem de antes", disse Tarso Genro, o primeiro a discursar. "O que eles querem é demonstrar para o país que um presidente originário da classe trabalhadora não tem condições de governar o país", ressaltou.

Guerra – Um dos temas recorrentes dos políticos que utilizaram o palanque foi associar as manifestações pró-Lula a uma verdadeira guerra contra "as elites que querem derrubar o projeto do presidente Lula". Paulo Lage, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, falou em "transformar cada local de trabalho, cada rua, em uma trincheira em favor do nosso presidente Lula".

José Lopez Feijoó, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, foi no mesmo caminho: "A direita, na fala de um de seus piores representantes, o Jorge Bornhausen (presidente nacional do PFL), falou em expulsar de vez essa raça. Esta raça, nós aqui, incomodamos. Nós vamos pro pau, estaremos nas ruas ano que vem fazendo com que o Lula seja reeleito".

No mesmo tom, o líder de governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, inflamou os manifestantes. "Eu me lembro que foi do Grande ABC que partiu um grito de guerra para fundar o PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Por isso, quando estamos aqui hoje, eu quero dizer que mais uma vez o Grande ABC está dando um grito de guerra, e agora é a favor de todo o povo brasileiro."




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