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Eletropaulo dá kit para zerar 'gato'
Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
10/09/2005 | 07:39
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A AES Eletropaulo quer acabar com o consumo clandestino de energia no Grande ABC nos próximos quatro anos. Para eliminar os gatos e alcançar a meta - que a concessionária reconhece ser "ousada" -, a empresa vai doar aos novos clientes o padrão de entrada, composto por caixa de medição, bengala e disjuntor. O kit para regularização custa em média R$ 250. A Eletropaulo afirma que o preço elevado do material é hoje o principal entrave para que os usuários fantasmas de energia saiam da irregularidade.

Até dezembro, 15 mil famílias vão deixar de fazer gatos e passar a receber conta de luz no final do mês. Para 2006, a meta é incluir outras 12 mil residências na lista de consumidores regulares da empresa. Hoje, mais de 200 mil pessoas recorrem à gambiarra na região para conseguir energia elétrica, a maioria moradores de favelas ou núcleos habitacionais recém-urbanizados. Só com os clandestinos dos sete municípios, a concessionária deixa de arrecadar R$ 64 milhões por ano, e o prejuízo é rateado entre os usuários que pagam em dia a fatura de consumo.

As regularizações serão concentradas nas áreas de periferia que já passam por processo de urbanização e que não estão sob litígio. Este ano, bairros como Limpão e Silvina, em São Bernardo, Jardim Zaíra, em Mauá, e Espírito Santo, em Santo André, estão entre as prioridades da Eletropaulo. No ano que vem, moradores do Gazuza, em Diadema, e Capuava, em Santo André, devem sair da clandestinidade (veja quadro ao lado).

Desde o início do ano, 3 mil famílias foram regularizadas no Grande ABC. O processo, até agora lento, deve ser acelerado com a doação dos padrões de entrada. O diretor da Eletropaulo e coordenador do projeto de regularização da concessionário, Arnaldo Silva Neto, diz que uma mudança nas regras impostas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) possibilitou a distribuição gratuita dos kits. "A verba para a compra do material vai ser custeada pelo Programa de Eficiência Energética, o que não era permitido", explica.

Nas 24 cidades em que distribui energia, a empresa quer regularizar 45 mil ligações clandestinas, iniciativa que custará R$ 18 milhões. Para converter cada um dos gatos espalhados pela área de concessão, a Eletropaulo gasta R$ 400, mais os R$ 300 que a partir de agora serão empregados na compra do kit e nas palestras de educação para o consumo racional de energia.

O diretor da concessionária afirma que todos os clientes recém-regularizados pagarão a tarifa social, que dá descontos de até 65% no valor da fatura e varia de acordo com os quilowatts consumidos. "Um cliente que vive nas comunidades carentes e tem um consumo mensal de 150 kW terá desconto em torno de 50%, por exemplo", explica Neto.

Além de ser enquadrado na tarifa social, o usuário regularizado terá acompanhamento de equipes da Eletropaulo para orientar o consumo. Durante três meses, as casas que abandonaram o gato vão receber uma conta de luz com valor congelado. "Geralmente, eles consomem muito mais do que podem pagar, porque não estão acostumados à cobrança", observa o diretor.

Regularização no Grande ABC

Na primeira etapa da campanha, alguns bolsões de consumo irregular serão priorizados:
- Em São Bernardo, os bairros Limpão e Jardim Silvina devem somar juntos
5 mil novos clientes;
- No Jardim Zaíra, em Mauá, 3 mil famílias serão contempladas na primeira fase;
- No núcleo Espírito Santo, em Santo André, 1,8 mil casas deixarão de praticar gato depois da campanha de regularização;

- Para 2006, outros 12 mil clandestinos serão regularizados;
- No núcleo Gazuza, em Diadema, 2,6 mil famílias serão beneficiadas;
- No Capuava e no Pintassilgo, em Santo André, 2,2 mil;
- No DER, em São Bernardo, são previstas 800 regularizações;
- No Parque das Américas, em Mauá, mais 600
 
Os novos clientes poderão requerer a tarifa social da Eletropaulo, que dá descontos de até 65% na fatura.




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