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Caixa-d’água que desabou em Diadema ainda não foi removida

Moradores convivem há dez dias com vazamento na tubulação de gás; CDHU não estipulou prazo para reparos

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
01/09/2020 | 02:13
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Celso Luiz/DGABC


Dez dias após o desabamento de uma caixa-d’água na Avenida Afonso Monteiro da Cruz, no bairro Serraria, em Diadema, os moradores do entorno ainda convivem com o transtorno de ter o equipamento no meio da via, ainda sobre os carros que foram amassados no domingo, dia 23 de agosto.

A estrutura, que estava sendo retirada pela GG Demolidora, desabou durante a tentativa de destruição da parede com uma escavadeira, operação que estava sendo feita na base da caixa-d’água.

No último domingo, a empresa contratada pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para realizar a obra, o consórcio Nor Brasil – TPD, esteve no local e calçou com terra o reservatório para evitar alguma movimentação.

Além do transtorno de não poder usar uma das entradas do Condomínio Santa Vitória, os moradores do conjunto habitacional também convivem desde o dia do incidente com vazamento na tubulação de gás.

O síndico do prédio, Tomaz Batista dos Santos, 42, explicou que não se trata de gás encanado, mas da tubulação que leva os produtos dos botijões, que ficam no térreo, até os apartamentos.

“A gente está sentindo o cheiro desde que a caixa caiu. (A CDHU) Ficou de mandar uma empresa na sexta-feira, ninguém veio, agora falaram que vão vir na quarta (amanhã), estamos aguardando”, reclamou. “Eles estão sendo omissos tanto com a retirada da caixa quanto com a solução deste problema do gás”, completou.
Parte dos apartamentos ainda é abastecida com energia elétrica por meio de gerador, uma vez que toda a fiação só pode ser reinstalada com a remoção do reservatório. “De noite, (o gerador) é um barulho enorme, tem gente que nem consegue dormir. Estamos aceitando porque não tem jeito, mas é um transtorno muito grande”, concluiu o síndico.

A CDHU, responsável pela obra, informou que para a execução da demolição da caixa-d’água e outros serviços no conjunto habitacional contratou, dentro da legislação vigente, o consórcio Nor Brasil – TPD que também é o responsável pela demolição do restante das estruturas e pela limpeza da área atingida, mas que aguarda a emissão do alvará pela Prefeitura de Diadema para este fim.

Segundo a companhia, na tarde de ontem foi identificado vazamento de gás em três abrigos para botijões do Bloco 7 e a CDHU já acionou o consórcio Nor Brasil para a execução dos reparos. Não foi informada previsão para conclusão das intervenções e dos reparos, além dos abrigos para botijões, dos muros de dois condomínios que também foram danificados.

A Prefeitura de Diadema informou que a Defesa Civil esteve ontem no local e que não foi encontrada nenhuma anomalia. A via segue parcialmente interditada, no trecho em que está o reservatório.

O caso foi registrado no 1º DP (Centro) de Diadema e o inquérito está em curso. Há suspeita de que a mulher que se apresentou como engenheira da empresa, Elizabeth da Silva Oliveira, não possua registro profissional. No site do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), não há registro do cadastro da profissional.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que já foram identificadas todas as empresas envolvidas na ocorrência e realiza a oitiva das partes. “Exames periciais foram solicitados ao IC (Instituto de Criminalística) e estão em elaboração. Os laudos serão disponibilizados para análise da autoridade policial tão logo forem concluídos. A polícia segue trabalhando para esclarecer os fatos.” 




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