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Comércio agita faculdades no ABC
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
26/04/2003 | 18:42
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Foi-se o tempo em que apenas o sanduba natural reinava absoluto nos campi das universidades do Grande ABC. Agora os universitários encontram desde relógios, bolsas, sapatos, brinquedos, roupas diversas até lingeries, vendidos não só dentro como próximo às faculdades. Os centros de compras, com ares das tradicionais feiras populares e preços convidativos, são uma atração à parte para os acadêmicos e professores e funcionários, que dão uma escapadinha nos intervalos.

O mercado informal de ambulantes e universitários foi registrado pela reportagem do Diário nas últimas terças e quartas-feiras à noite em algumas das principais universidades da região. No Imes (Centro Universitário Municipal de São Caetano), em São Caetano, e no Centro Universitário Fundação Santo André, em Santo André, por exemplo, os CAs (Centros Acadêmicos) locam seus espaços para comerciantes exporem seus produtos. Como se fossem minishoppings, os consumidores encontram desde produtos alimentícios até locais improvisados para se provar um sutiã meia-taça de lycra, bem distante dos olhares masculinos.

“Eu acho ótimo. Não tenho tempo para ir a shopping, e aqui acabo encontrando bons produtos e de qualidade”, afirmou Laura de Oliveira Vicente, 27 anos, de Mauá, que cursa o quarto ano de Letras na Fafil (Faculdade de Ciências, Filosofia e Letras), do Centro Universitário Fundação Santo André. Consumidora voraz assumida, a futura professora comprou nos últimos dois anos de curso cinco relógios de uma vendedora habitual no campus da instituição, além de várias peças íntimas.

Há seis anos no mercado informal, Lourdes Siqueira, 39 anos, de Santo André, é a vendedora de relógios de quem Laura é freguesa assídua. Ela disse que duas semanas por mês expõe na Fafil e na Faeco (Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas), também instalada no campus da Fundação. “Os alunos compram e até mesmo os funcionários. Às vezes, o pessoal faz ‘vaquinha’ para presentear os professores”, contou.

Bijuterias – No Imes, o centro de compras improvisado no DCE (Diretório Central dos Estudantes) é passagem obrigatória para Letícia Maria Rodrigues, 23 anos, de Mauá, que faz o segundo ano de Administração de Empresas. “Não vou nem olhar, porque se eu começar eu compro”, disse a universitária para a amiga de turma que olhava uma arara de roupas de surfe. Letícia gastou recentemente R$ 165 com uma calça para ela e um boné para o namorado. Por outro lado, o dono da loja de marca e formado em Turismo Rodrigo Adedo, 27 anos, de Santo André, já locou espaço na semana de 5 a 9 de maio na Faculdade de Direito São Bernardo, em São Bernardo. “Vamos aproveitar que será uma semana especial do Dia das Mães”, ressaltou.

Estudante do primeiro ano de Publicidade e Propaganda no Imes, Tatiane de Andrade, 22 anos, de Santo André, aproveitou o intervalo para dar uma olhadela no quiosque da designer Cristiane Ribeiro Almeida, 30 anos, de Mauá, intitulado Krikas Bijuterias. “Adorei tudo”, disse Tatiane, que enumerou as compras passadas no local: brincos e sapatos. Estreante na venda em faculdades, Cristiane ressaltou que os conjuntos de brincos e colares foram montados por ela. “Estou na expectativa. Vamos ver como será a aceitação”, disse, enquanto um grupo de meninas chegava, exaltado, para espiar os produtos.




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