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Reciclagem de pet movimenta R$ 1,8 bi
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
26/11/2008 | 07:00
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A cada ano, desde o início do Século 21, a atividade de reciclagem tem aumentado substancialmente no País. O plástico, um dos itens mais reciclados, desde 2003 cresce 13,7% ao ano. Hoje, 780 empresas reaproveitam 962,5 mil toneladas do material, faturam R$ 1,8 bilhão e geram 20 mil postos de trabalho, de acordo com a Plastivida Instituto Socioambiental.

"O Estado de São Paulo representa cerca de 42% do mercado", informa Francisco Esmeraldo, presidente da entidade. Apesar de não haver dados do Grande ABC, "curiosamente a região tem muitas empresas recicladoras, principalmente em Mauá, Diadema, Santo André e São Bernardo", afirma Alfredo Sette, presidente da Abipet (Associação Brasileira da Indústria do pet).

Um bom exemplo a ser destacado é a Unibrindes, negócio de Diadema que desenvolveu uma linha de produtos feita somente com garrafas pet recicladas. Tanto que, este ano, seu trabalho foi indicado à nona edição do Prêmio Ecopet, realizado anualmente pela Abipet. A premiação, que visa reconhecer atividades que se destaquem no setor, acontece hoje na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em São Paulo.

A Unibrindes compra flocos de pet reciclado de uma empresa de Indaiatuba (SP), a Recipet. Segundo Anderson Santana, diretor da pequena indústria, a opção foi pautada pelo fato de todo material consumido possuir um laudo comprovando sua origem 100% pet. "Isso é muito importante, pois a matéria-prima utilizada vem sem tóxicos e com garantia de entrega". Além disso, a empresa forneceu orientações sobre como utilizar o pet reciclado.

Há dois anos, a Unibrindes vem desenvolvendo uma tecnologia para colocar no mercado uma linha sustentável. Os produtos, como canetas, relógios, réguas, porta-lápis, porta-clipes e pega-papel, começaram a ser fabricados no ano passado. "Hoje, essa linha representa 10% da produção. O objetivo é que atinja 100%, conforme a demanda pelos produtos for aumentando".

Para Santana, o pet é mais barato e ecologicamente correto, portanto vale a pena continuar investindo. O único entrave é que os impostos incidentes sob a matéria-prima reciclada e a virgem - proveniente do petróleo - são iguais. "Se o governo incentivasse, poderíamos ampliar a produção, pois leva-se mais tempo para processar o item reciclado. Portanto, demanda-se mais energia, água e funcionários", explica.

A idéia de investir no pet reciclado surgiu como uma saída para permanecer no mercado, conta o diretor. "Os produtos chineses geram uma concorrência desleal pelo seu baixo preço, mesmo o dólar alto. O propósito, então, é apostar em um produto diferenciado e ampliar meus clientes", Desde 2005, a Unibrindes atende também os nichos de material escolar e bancos, tanto para uso interno como de material promocional.

O investimento para a nova linha, cerca de R$ 200 mil, foi empregado na compra de maquinário e ferramentas. Com o incremento da produção, novos turnos de trabalho devem ser criados, o que implica mais quatro pessoas empregadas.




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