A Áustria disse adeus nesta quarta-feira em uma cerimônia simples ao "caçador de nazistas", Simon Wiesenthal, que faleceu na terça-feira em Viena e deverá ser enterrado na sexta em Israel.

Cerca de 300 pessoas participaram da cerimônia no cemitério central da capital austríaca que foi acompanhada pelo chanceler Wolfgang Schussel ao lado da filha de Wiesenthal, Pauline Kreisberg, vinda de Israel. Entre as autoridades presentes estavam os embaixadores do Estado hebreu, dos Estados Unidos e da Grã Bretanha.

O caixão de Simon Wiesenthal foi depositado em uma modesta sinagoga que fica na entrada do cemitério e que foi destruída pelos nazistas durante a "noite de cristal" em setembro de 1938, tendo sido reconstruída nos anos 60.

Com um forte aparato de segurança em torno da cerimônia, o grão-rabino de Viena, Paul Chaim Eisenberg, pronunciou uma breve oração depois da interpretação de um kaddish por um cantor, na presença do cardeal Christoph Schoenborn, do presidente do Consistório israelita, Ariel Musicant, e do prefeito da capital, Michael Haupl.

"Você nos deixou a tarefa de recordar ao mundo a Shoah e mobilizá-lo contra o extermínio", declarou o embaixador de Israel, Dan Ashbel.

"Wiesenthal não foi um homem poderoso", acrescentou Schussel. "No entanto, tinha o poder de fazer um mundo mais justo", disse durante a cerimônia que durou 45 minutos.

Wiesenthal deverá ser enterrado na sexta-feira em Herzliya-Pituah, localidade de Israel onde vive sua filha e para onde serão transferidos os restos mortais de sua esposa, Cyla, falecida em 2003.