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Generosidades invertidas

O Brasil começa com um gesto de generosidade invertida: civilizar os índios, explorando sua mão de obra e obrigando-os a converter...

Por Dgabc
22/11/2012 | 00:00
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Artigo

Generosidades invertidas

O Brasil começa com um gesto de generosidade invertida: civilizar os índios, explorando sua mão de obra e obrigando-os a converter suas almas a uma religião que lhes era estranha. Depois de quatro séculos, o Brasil começou a ser generoso com os escravos africanos: fez a Lei do Ventre Livre. Os filhos de escravos seriam libertos, mas as mães continuavam escravas. Houve a generosidade também com os velhos escravos, quando já não poderiam mais trabalhar.

A Lei Áurea foi outra de nossas generosidades: os escravos já não poderiam ser vendidos, nem obrigados ao trabalho forçado, mas não lhes demos terra para produzir a própria comida, nem escolas a seus filhos.

Estabelecemos salário-mínimo insuficiente para cobrir os custos básicos dos serviços e bens essenciais e outra generosidade: o vale-refeição. Durante a escravidão fomos generosos oferecendo ‘casa' para os escravos: as senzalas fétidas e insalubres. Quando a industrialização pôs os trabalhadores morando distantes do lugar do trabalho, e o salário não permitia pagar passagem de ônibus, oferecemos, generosamente, vale-transporte, mesmo que no fim de semana ele e a família não pudessem visitar parentes ou passear no centro da cidade.

Temos sido generosos ao oferecer renúncia fiscal no cálculo do Imposto de Renda para financiar escolas particulares, inclusive dos filhos de ricos, em valor superior ao gasto médio anual por criança na escola pública, sobretudo dos filhos de pobres. Generosamente oferecemos Bolsa Família, mas não nos comprometemos em emancipar os pobres da necessidade de bolsas.

Generosamente oferecemos também cotas para facilitar o ingresso de jovens negros na universidade, mas não fazemos o esforço necessário para erradicar o analfabetismo que tortura cerca de 11 milhões de brasileiros, em sua maioria de negros e pardos.

Somos generosos facilitando o endividamento de famílias da classe C para comprar carros a serem pagos em até 100 meses, sem IPI, mas não eliminamos impostos sobre a cesta básica, nem melhoramos o transporte público para todas as classes, inclusive D e E.

Nossa generosidade chega ao cúmulo ao gastarmos bilhões de reais para fazer no Brasil as Copas e a Olimpíada, que nossos pobres vão assistir pela televisão, e não adotamos o compromisso de investir os royalties do petróleo na Educação de nossas futuras gerações. Somos País coerente, com cinco séculos de generosidade seletiva invertida, ou pervertida.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF.

Palavra do Leitor

Acabativa

A palavra acabativa não existe no dicionário, ma deveria existir! Ficamos contentes ao receber a notícia neste Diário sobre a reforma e embelezamento da Avenida Santos Dumont, em Santo André, mas até hoje não saiu do papel. Aproveito para pedir para acabarem com as enchentes na Travessa Jussiape e fim da Rua Senador Flaquer. Nós, os moradores do local, fizemos o pedido para a Prefeitura, que até já mandou técnico, mas de nada adiantou. Vamos ver se o novo prefeito nos ajuda, dando acabativa à aspirante iniciativa.

Carlos Gonçalves, Santo André

Sempre PT

O PT é pior que a ditadura militar, que se estabeleceu no governo e não quer sair de jeito nenhum! Os petistas são egoístas ao extremo! Só eles querem vencer? Já que José Rainha está preocupado com a vida do José Dirceu, que vá preso no lugar dele, então! Eu prefiro lamber as botas dos militares do que aguentar esse partido! Naquele tempo, roubo a banco era considerado crime contra o patrimônio nacional, crime contra a Segurança nacional. E, agora, com essa legenda o Brasil está indo à bancarrota geral. Bandidos do crime organizado deitam e rolam, não temos policiamento ostensivo. Quando se tem, dá para desconfiar da idoneidade do policial. O PT briga e quem paga é o povo. Não tenho tendência ideológica alguma, mas não quero mais o Partido dos Trabalhadores!

Edson Rodrigues, Santo André

Samu

Municípios que detêm equipamentos de Saúde como o Samu necessitam de orientação administrativa de manutenção de frota veicular competente, por ser patrimônio público extremamente importante para a Saúde pública. Portanto, a identificação de gestores públicos com vocação, compromisso e conhecimento técnico sobre esses equipamentos é necessária, do contrário, será sempre motivo de denúncia de descaso e abandono. Fica aqui o alerta ao Poder Executivo no sentido da proteção dessa política pública tão necessária para a população. Os escândalos sobre a má gestão dessa frota disponibilizada pelo Ministério da Saúde já começam a ser motivo de manchetes na imprensa. Fica demonstrado que muitos municípios estão despreparados para assumir essas responsabilidades, pela ausência de visão de gestão. Nesse sentido, a gestão municipal deverá ser reguladora dos serviços de manutenção de frota terceirizada. O exemplo de muitas frotas públicas tem gerado grandes prejuízos aos cofres municipais, pela ausência de visão da atividade.

Gércio Vidal, São Bernardo

Argumentos

Sobre a carta do leitor Walter Duarte (Reparos, dia 18), respeito o sacrossanto direito de divergência de opiniões, grande trunfo e razão de ser de um estado democrático. Mas minha felicidade esbarra quando o meu nobre colega e provável vizinho nos trata (palavra dele) como ‘cumpanherada'! A internet tem todos os argumentos que derrubam por terra suas aleivosias contra esse período memorável da República brasileira nesses dez anos de avanços fantásticos pelos quais está passando o Brasil. Lamento profundamente o teor dos reparos do estimado leitor, pois vêm carregados com o cheiro e o ranço do preconceito e da não aceitação dos fatos estatísticos e verdadeiros!

Francisco José de Souza Ribeiro, São Caetano 




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