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'Pai do hip hop' se apresenta em Diadema
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
01/09/2002 | 18:24
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Ele não é velho, mas é chamado por muitos de ‘avô de todos os DJs do mundo’. Na verdade, é o pai – ou o papa – do hip hop. O DJ Afrika Bambaataa, nascido em 1960, no Bronx, bairro negro de Nova York, nos Estados Unidos, ícone mundial do movimento, bate nesta terça-feira pela primeira vez o cartão no Grande ABC, em Diadema, nesta que é sua terceira vinda ao Brasil. Foi ele que em 1974 juntou os quatro elementos – discotecagem (DJ), rap, grafite e break – e os batizou como hip hop.

A importante visita de Afrika Bambaataa à Casa do Hip Hop de Diadema referenda o poder do espaço e do município como centros de referência do assunto no país. O renomado DJ estará na cidade a partir das 10h, onde conhecerá o trabalho social desenvolvido na Casa. Às 14h, ele fará uma palestra sobre o movimento – a entrada é franca e deverá ser bastante concorrida. Em seguida, oferecerá um workshop.

Nos anos 70, Afrika Bambaataa também criou a Zulu Nation, hoje uma ONG (Organização Não Governamental) internacional que presta serviços sociais com base no hip hop e é representada em mais de 50 países. O braço desta ONG no Brasil fica em Diadema, foi oficializado em junho passado e tem como presidente o DJ e dançarino King Nino Brown, nomeado por Bambaataa. Brown cuida no local do acervo sobre o movimento hip hop e sobre a cultura negra como um todo.

“Em Diadema o pessoal está ansioso esperando a chegada do Afrika Bambaataa. Ele é o pai da cultura hip hop e é reverenciado em todo o mundo. Recebê-lo na cidade é um grande acontecimento”, afirma Brown, 40 anos.

Outro nome de peso do movimento que confirmou presença em Diadema para ciceronear Afrika Bambaataa foi Nelson Triunfo, 47, que no início dos anos 70 já dançava black music em apresentações de gente como Toni Tornado, Tim Maia e Jorge Ben. Triunfo é o pioneiro da dança de rua no Brasil.

“A presença de Afrika Bambaataa em Diadema confirma a importância da cidade como pólo do hip hop nacional. Ele é um grande defensor do movimento, não só como arte, mas como agente transformador da sociedade. Eu mesmo, que estou nessa estrada há bastante tempo, acho que o que de melhor aconteceu comigo foi ter dado aula a tantos jovens que hoje são multiplicadores. São pessoas que agora passam o conhecimento para a frente e ajudam outros muitos jovens a se livrar de coisas ruins, como criminalidade e droga, por exemplo”, afirma Triunfo, secretário da Zulu Nation Brasil.

“O Afrika Bambaataa faz a linha de passar mensagens positivas, de mostrar o lado positivo para o pessoal. Ele se preocupa, além da arte, com o lazer das pessoas. Ele é um dos caras que mostram a grandeza do hip hop, que não é só festa não. Tem um lado social, de formação, de conscientização”, diz Triunfo.

Bambaataa vem ao Brasil regularmente, onde mantém agenda de shows e palestras. Antes de Diadema, passou por São Paulo fechando a programação do Agosto Negro no Sesc Pompéia, no sábado passado. Na quinta-feira, estará no Rio, fazendo show na quadra na comunidade da Mangueira. Sexta-feira, a apresentação é no Moot Club, em São Paulo. Ele volta para os Estados Unidos no sábado (dia 7), depois de dar entrevistas na 105 FM.

Segundo Alex Cecci, seu empresário, Bambaataa admira capoeiristas brasileiros e quer fazer um trabalho com eles. “Ele manifestou também desejo de morar no Brasil e quem se mudar para cá. Essa idéia ele tem desde 1999”, disse Cecci.

Mais informações podem ser obtidas na Casa do Hip Hop de Diadema (r. 24 de maio, 38, Jardim Canhema. Tel.: 4075-3792).




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