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Polícia Militar impede
marcha da maconha

Comandante do Grande ABC convence prefeito de Diadema a
barrar manifestação na cidade, marcada para o dia 26 de maio

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
31/03/2012 | 07:00
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A Polícia Militar conseguiu barrar a realização da marcha da maconha em Diadema, marcada para o dia 26 de maio, na Praça da Moça. O argumento utilizado pelo comandante da Polícia Militar no Grande ABC, coronel Roberval Ferreira França, foi que a manifestação não vai ao encontro das políticas públicas de enfrentamento ao crack e outras drogas, lançadas na cidade em junho. Com isso, a Prefeitura resolveu proibir a realização da marcha.

Em fevereiro, o diretor de eventos da administração, José Tadeu Mota, assinou documento que atendia a solicitação do grupo Acorda ABC, organizador do movimento, em utilizar a Praça da Moça. O Departamento de Paisagem Urbana da Secretaria de Meio Ambiente também emitiu documento manifestando não ter objeção à realização da manifestação. Porém, o texto determinava algumas regras que deveriam ser seguidas pelos participantes.

A Prefeitura informou que os ofícios encaminhados anteriormente aos organizadores do evento são manifestações pessoais dos responsáveis, que respondem apenas sobre o uso do espaço público. Segundo a administração, não cabe aos dois autorizar esse tipo de evento sem o crivo do prefeito Mário Reali (PT). No entanto, o setor de eventos é diretamente ligado ao gabinete de Reali.

A decisão foi tomada pelo prefeito na quinta-feira, em reunião com o comandante da Polícia Militar. "Esse movimento vai contra todas as políticas públicas que a prefeitura e a polícia estão desenvolvendo para combater o tráfico e uso de drogas. Não tem como apoiar uma iniciativa dessa", afirmou.

Além de se posicionar contra a manifestação, Roberval disse que a vistoria realizada na Praça da Moça constatou que não há condições de fazer a manifestação ali. "Informamos a Prefeitura que a PM contraindica o local por conta da grande movimentação de público que irá gerar", explicou o coronel.

MANIFESTANTES

Mariana Torres, 19 anos, que faz parte da comissão organizadora da marcha, afirmou que o grupo Acorda ABC irá manter o posicionamento e pretende realizar o evento mesmo sem a autorização. "Já iniciamos a divulgação há bastante tempo e não vamos cancelar a marcha. Acho que a Prefeitura pensou que não teríamos coragem e que não iria acontecer. Estamos bem empenhados e mobilizamos bastante gente para debater esta discussão de descriminalização da maconha e uso medicinal da erva", explicou.

Na noite de ontem, integrantes do grupo se reuniram na Praça da Moça e iniciaram a pintura de faixas que, segundo eles, serão utilizadas na manifestação.

Ex-prefeito, Filippi destacou apoio a movimento em vídeo

Em novembro, o deputado federal e ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior (PT) manifestou apoio à realização da marcha da maconha na cidade. Na ocasião, o parlamentar afirmou que o tema precisa ser melhor tratado por políticos e sociedade.

A declaração gerou polêmica. Após a afirmação, a equipe do Diário debateu o assunto com os outros três deputados federais do Grande ABC no Congresso, William Dib (PSDB), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), e Vanderlei Siraque (PT). Todos se mostraram contra a realização do movimento na região.

O STF (Supremo Tribunal Federal) garantiu, em junho, o direito de cidadãos realizarem manifestações pela descriminalização e legalização de drogas em todo Brasil.




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