A revista Época entregou nesta quarta-feira à comissão instituída pela própria CEF (Caixa Econômica Federal), em um envelope lacrado, o extrato bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, publicado na edição do último fim de semana. A solicitação foi feita pela própria Caixa, que na terça, durante reunião com membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos, recebeu uma cópia ilegível do documento (extrato).

As primeiras informações sobre o caso revelam que a quebra do sigilo financeiro do caseiro aconteceu fora do expediente bancário, o que indica que tal irregularidade foi efetuada por um funcionário com cargo acima de gerente – o que reduz significativamente o número de suspeitos. Por isso, a instituição admitiu que será possível fazer a identificação através de exames apurados.

Segundo o advogado de Nildo, Wlicio Chaveiro do Nascimento, o extrato da conta de seu cliente foi retirado à noite, quando o caseiro estava na sede da PF (Polícia Federal), inscrevendo-se no programa de proteção a testemunhas. Wlicio disse que, na ocasião, Nildo entregou o cartão bancário à PF, embora não tenha informado a senha e o código de letras necessário para acesso à conta.

Na semana passada, Francenildo teve suspenso o depoimento que prestava na CPI dos Bingos suspenso por liminar do STF (Supremo Tribunal Federal). Antes, no entanto, ele confirmou que viu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em casa alugada em Brasília por Vladimir Poleto por "dez ou 20 vezes". Poleto foi um dos assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP).