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Conselho Tutelar de Mauá fica sem telefone celular
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
16/12/2008 | 07:05
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Fernando Nonato/DGABC


Os 15 conselheiros tutelares de Mauá estão, desde a semana passada, sem telefone celular para trabalhar nos plantões durante a noite e nos finais de semana. O contrato com a empresa de telefonia que oferecia o serviço venceu no último dia 6. Em resposta ao conselho, a Prefeitura informou que não faria novo contrato neste ano.

Sem telefone disponível, a entidade fica impossibilitada de se comunicar com as autoridades, principalmente com a polícia e os hospitais. Para garantir o atendimento de crianças e adolescentes, os conselheiros têm usado telefones pessoais.

"Não temos mais o suporte para atender as denúncias", reclamou a conselheira Paula Rodrigues, 27 anos. Na semana passada, ela fez plantão. "Tive de ligar para o Hospital Nardini, para a delegacia e para Guarda Civil Municipal para passar o meu telefone para que me avisassem caso houvesse alguma ocorrência", disse.

A falta de atendimento imediato à população é um dos prejuízos apontados pelo presidente do CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente), Amaury Fioravanti Júnior. "Sem o celular eles ficam incomunicáveis. É um plantão que, na realidade, não funciona."

Procurada pelo Conselho Tutelar em 4 de dezembro, a Prefeitura informou que o aparelho utilizado deveria ser devolvido porque a administração não tem condições de renovar o serviço.

O descaso com a entidade extrapola a resposta negativa. A Prefeitura nem mesmo respondeu com documento oficial o ofício enviado pelo Conselho Tutelar pedindo providências. No mesmo documento encaminhado pelos conselheiros, um técnico da Secretária de Administração e Modernização Administrativa escreveu, à caneta, que o contrato não será renovado no final da administração.

Para a Polícia Militar, "o telefone agiliza muito o contato entre as polícias e o conselho, possibilitando um melhor atendimento em menor tempo". No entanto, garantiu que "viaturas que estejam em patrulhamento podem deslocar-se até a entidade para solicitar sua intervenção na ocorrência."

Perguntada sobre os motivos da não-renovação do contrato e quais medidas serão tomadas para não prejudicar o atendimento da população, a Prefeitura não respondeu.

Se o problema não for resolvido, a partir de 2009 novos profissionais poderão assumir seu posto tendo de conviver com a ausência de telefone para trabalhar em plantões.

A Prefeitura realizou eleição dos três conselhos tutelares no domingo passado, quando foram eleitos 15 conselheiros e 15 suplentes. Dos nove conselheiros em exercício que também se candidataram, apenas quatro foram reeleitos.

Os 30 vencedores deverão fazer curso obrigatório no Paço Municipal. O não-comparecimento às aulas implicará no cancelamento do direito de exercer a função.




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