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Justiça pode liberar estudo no Barão
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
17/04/2008 | 07:00
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O Ministério Público Estadual solicitou autorização judicial e acompanhamento policial para a realização de diagnóstico ambiental do solo do Condomínio Barão de Mauá, em Mauá, construído em área contaminada por substâncias tóxicas. A petição foi anexada ao processo diante da resistência dos síndicos em aceitar o novo estudo, que prevê perfurações no terreno sem interdição dos imóveis e deveria ter começado na semana passada.

 A petição prevê, se necessário, o acompanhamento de policiais militares para a segurança pessoal dos trabalhadores. Para os síndicos, cogitar a presença policial é uma afronta aos moradores. “Eles acham que somos bandidos? Pensam que vamos impedir o cumprimento de uma ordem judicial? Só lutamos pelos nossos direitos”, diz a síndica de um dos condomínios do Barão de Mauá, Tânia Tonhi da Silva.

 Desde o lançamento da proposta, custeada pela Cofap, co-ré na ação, moradores pedem a contratação de um perito isento para acompanhar o trabalho. “Chegamos a sugerir um nome que não foi aceito. Agora, querem que a gente concorde com a participação do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que já prestou serviços para a Prefeitura de Mauá”, completa a síndica.

 De acordo com a petição, porém, a posição dos representantes dos moradores seria injustificada. O texto relata que “a maioria dos síndicos está desorientada” a respeito do diagnóstico, considerado pelo MP imprescindível para que os órgãos de controle ambiental e sanitário direcionem suas campanhas de segurança no local.

 Em resposta, os síndicos elaboraram uma carta a ser anexada ao pedido de audiência com a juiza Maria Lucinda da Costa, já protocolado na 3ª Vara Cível de Mauá. No documento, os moradores acusam o Ministério Público de defender a ré Cofap, quando o correto seria preservar o interesse das vítimas.

 “Nossa indignação também se faz necessária quando a promotoria pede em ordem judicial a presença de policiais para segurança dos trabalhadores. E, nós? Qual será a segurança que nossas crianças terão quando começarem as perfurações?”, diz a carta.

 A reportagem entrou em contato com a promotora Rosângela Staurenghi, que preferiu não comentar o pedido feito à Justiça. Representantes da Cofap não foram encontrados pelo Diário até o fechamento desta edição.




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