Com falta de ar repentina e sem conseguir dormir há dias, o desempregado Luciano Oliveira Chaves, 23 anos, procurou atendimento na Unidade de Saúde da Vila Helena, em Santo André. A consulta com um clínico-geral só foi marcada para abril.

Na sexta-feira da semana passada, em desespero, Chaves procurou a unidade da Vila Helena. A unidade sinalizou que ele seria atendido por meio de um encaixe. O paciente afirma ter esperado por 2h30 para, depois, ser informado de que não seria mais atendido, já que havia outros três encaixes antes dele.

Encaminhado para o Pronto-Socorro Central, Chaves foi então atendido por um clínico. “Estava com falta de ar até mesmo na hora da consulta. O médico tirou minha pressão, ouviu meu coração e disse que estava tudo normal, que o problema devia ser estresse, depressão ou ansiedade”, conta.

PSIQUIATRA

Segundo o paciente, o médico passou um telefone do NAP (Núcleo de Atenção Psicossocial) para contato. “Como me disseram que podia ser algo psicológico, fiquei bastante preocupado e resolvi marcar um médico para fazer exames. Nunca tive nada parecido e minha saúde sempre foi excelente”, conta. No entanto, por desânimo, Chaves não tinha feito contato com o NAP até o fechamento desta edição.

“Talvez ligue no telefone que me deram. Mas se eu conseguir um emprego, farei exames pelo sistema particular. É muita espera e a saúde das pessoas não pode esperar”, diz.

RESPOSTAA Prefeitura informa que a demanda por clínico-geral na cidade está “atípica”, principalmente por conta do número de pacientes com problemas respiratórios e alérgicos. O fato estaria ocasionando a demora na marcação de consultas. A administração afirma ainda que as pessoas que tiverem necessidade de atendimento urgente serão contempladas.