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Crescimento do PIB reduz informalidade
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
20/01/2008 | 07:00
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Camelô há 16 anos em Mauá, Luciene Ferreira da Silva Borges não sabe o que é ter 30 dias de férias, 13º salário, fundo de garantia, vales refeição e transporte ou qualquer benefício previdenciário.

Assim como outros milhares de trabalhadores ambulantes pelo País, ela sonha em entrar para as estatísticas de crescimento recorde no emprego formal.

No entanto, graças ao recente reaquecimento da economia, o sonho de Luciene,hoje com 32 anos, está prestes a se tornar realidade.

“Eu quase não acreditei quando um homem veio até a minha barraca para dizer que eu tinha o perfil adequado para trabalhar na empresa dele. Vou fazer a entrevista na próxima semana”, comemora Luciene.

A possibilidade de, em poucos dias, deixar as ruas de Mauá para receber salário fixo, estar amparada pela seguridade social e ter direito a se aposentar, animaram a camelô. “A proposta é para trabalhar com cosméticos, o que eu já faço hoje. Pelos benefícios, compensa.”

FORMALIZAÇÃO

De acordo com o economista do Observatório do Grande ABC, Moisés Pais dos Santos, com a maior oferta de empregos formais, a tendência é que histórias como a de Luciene sejam cada vez mais comuns.

“Aos poucos, os informais estão sendo incorporados ao mercado de trabalho formal”, diz Pais. “O crescimento econômico faz com que as empresas absorvam essa mão-de-obra que está às margens das garantias da lei”, acrescenta o economista.

Segundo o balanço do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), calculado pelo Ministério do Trabalho, o País contabilizou no ano passado saldo (diferença entre admissões e demissões) de 1,6 milhão de vagas com registro em carteira. No Grande ABC, o saldo em 2007 atingiu 36.603 ocupações.

Apesar da multidão de pessoas que ajudaram a engordar as estatísticas oficiais, o índice de informalidade no Brasil é muito superior à media das economias emergentes e supera 48% dos trabalhadores.

INFORMALIDADE

A história de José Marcolino, 43 anos, também de Mauá, confirma que o mercado informal ainda tem muito o que evoluir. Ele afirma que se tivesse a mesma oportunidade de Luciene, deixaria de lado as incertezas da informalidade.

“Hoje, não se ganha o que se ganhava antes como informal. Mas acho que a situação tá melhorando. Se não achar um emprego com registro, vou montar meu próprio negócio um dia.”



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