O recente desempenho do Santo André na Série A-2 do Campeonato Paulista é de invejar muito time de elite. São 11 jogos sem perder e quatro vitórias consecutivas, conquistadas por um elenco com alta média de idade (28 anos) mas que, nem por isso, corre menos do que os adversários. Desta forma, dois dos principais nomes do grupo destacam o respeito que o Ramalhão adquiriu principalmente a partir desta boa fase.

“A gente começou a competição com esse respeito das outras equipes, perdeu um pouco durante o campeonato. Mas, agora, depois de quatro vitórias seguidas, encostando lá em cima, estão olhando com outros olhos. Estamos chegando forte, crescemos na hora certa”, destacou Nunes, artilheiro do time com oito gols.

Na visão do experiente volante Ramalho, as equipes que enfrentam o Santo André entram em campo ainda mais precavidas, enquanto o time andreense se aproveita do momento para alçar voos mais altos. “Para a gente dá confiança, os adversários nos respeitam mais, mas independentemente disso, não teremos moleza. Será jogo duro e disputado”, destacou o jogador, citando o duelo com o São Bento.

Para o também veterano Alisson, o que mudou no Ramalhão foi o aproveitamento. A partir do momento em que as oportunidades foram convertidas em gols, a equipe cresceu. “A gente sabia que nosso grupo era bom e forte, e que precisava mudar a questão do empate. A bola começou a entrar, o time ganhou confiança, ganhou corpo. É fruto de trabalho sério, duro e correto.”

E outro fator que contribui é o bom ambiente. Apesar de algumas discussões durante os jogos, muito se assemelha ao das tradicionais famílias italianas, que gesticulam, gritam, cobram, mas estão sempre unidas. “O segredo do Santo André sempre foi esse e, por isso que teve as grandes conquistas.Dentro de campo não tem jeito de chegar e pedir por favor. Tem que ter cobrança. Não pode extrapolar com agressão, mas equipe muda não existe. Se ninguém fala, não tem como. Temos a liderança de vários jogadores, por isso há discussão, mas em prol de todos. É bom, mostra que todos estão atentos”, concluiu Ramalho.