Invadindo reduto histórico do PT e do prefeiturável petista Carlos Grana, o candidato ao Paço de Santo André pelo PDT, Raimundo Salles, realizou ontem atividade eleitoral dentro do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá ao lado do secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Carlos Ortiz (PDT). O pleiteante à Prefeitura crê na sua inserção no setor por atrelar a relação de Grana somente à CUT (Central Única dos Trabalhadores), e não à Força Sindical, a qual a entidade está filiada. "Aqui a base é outra. Do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (ligado à CUT) é São Bernardo."

O pedetista considerou que a força dos trabalhadores da área fixou-se no Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, presidido por Cícero Firmino da Silva, o Martinha (PDT), vice do PT em 2008, que, apesar da forte ligação com lideranças petistas, hoje adere à campanha do correligionário. Por ser o sindicato mais antigo, fundado em 1933, segundo Salles, possui tradição. "Nessa entidade que eles vivem o dia a dia, fazem rescisões, pleitos. Diante desse cenário, percebemos que grande parte da diretoria nos apoia. Isso é emblemático. Ele (Grana) está em outra corrente."

Grana é oriundo do movimento sindical há 30 anos, seguindo a trajetória política no setor, que também ascendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista alcançou a marca de 25,1 mil votos em Santo André para deputado estadual em 2010, sendo o candidato mais votado da cidade. Mesmo assim, ele teve votos pulverizados na região, em especial, 13,5 mil em São Bernardo.

Martinha avaliou que o metalúrgico sempre foi uma classe eclética, em razão de ser aberto a outras correntes, sem enveredar a uma candidatura. "Votam em vários candidatos. Movimento atravessa momento mais amplo do que outros da história. Tem gente ligada ao PT, PDT, PSB, PPS e PSDB."

Carlos Ortiz ponderou que a existência do PDT continuamente atraiu o eleitorado procedente do sindicalismo. E avaliou que a cidade tem tudo para mudar de rumo, hoje nas mãos do prefeito Aidan Ravin (PTB). "Tem tudo para mudar e mudar para Salles, que também tem tudo a ver com o trabalho", avaliou, resgatando o passado do prefeiturável pelo PDT jovem.

ENTROSAMENTO

Apostando no bom trânsito com o Palácio dos Bandeirantes, Salles pretende instalar um Centro do Trabalhador emSanto André. O pedetista enfatizou que é possível que não exista na cidade equipamento estadual ligado ao trabalho por conta da falta de entrosamento entre as duas esferas do poder Executivo. "Essa falta pode gerar perda de investimento. Como é evidente que São Bernardo foi beneficiada pelo governo federal por essa proximidade. Podemos ter nos dois âmbitos. O prefeito (Aidan) ficou órfão de apoio."