Na avaliação do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não há restrição para contratação da Capricórnio S/A para fornecimento de uniforme escolar aos alunos da rede municipal. Vencedora da licitação para abastecimento e distribuição dos kits escolares, a empresa é investigada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) por integrar cartel que fraudava licitações em Londrina, no Paraná.

“Não houve problema conosco, então não há nada que restrinja isso (a admissão). Houve problema no Paraná que eu nem sei exatamente a ordem”, justificou Marinho.

Apesar de o petista alegar desconhecimento da fraude cometida no Paraná, o caso foi revelado pelo Diário em fevereiro do ano passado. A reportagem também mostrou que atas de registro de preço feitas pela gestão petista foram usadas na farsa cometida em Londrina, onde foi constatado desvio de R$ 3,1 milhões com superfaturamento na compra de produtos.

À época, Marinho alegou que não sabia que as atas de preço foram usadas no esquema fraudulento. Entretanto, o Ministério Público paranaense apontou que a secretária de Educação são-bernardense, Cleuza Repulho, autorizou o uso das referências de preço.

A Capricórnio venceu o certame de quatro dos seis kits de material licitados pelo governo Marinho, e deve receber R$ 29,2 milhões pelo serviço de 12 meses. “A contratação é feita com regras claras e obrigatórias entre o contratante (Paço) e a (empresa) contratada”, alegou Marinho. Segundo ele, os uniformes serão entregues no começo de março.

De acordo com o MP, a Capricórnio faz parte da chamada Máfia dos Uniformes, que, de acordo com o Gaeco, atuou em Londrina e que pode ter burlado licitação em São Bernardo em 2009, primeiro ano de governo do petista.

Além da Capricórnio, estava associada ao Cartel a empresa G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações – atual Fio Paraná –, que venceu certame para fornecimento de material escolar em São Bernardo em 2009. Pelo contrato, a Fio Paraná recebeu R$ 8,7 milhões do governo Marinho.