Márcio Bernardes Titulo
Paixão pelo futebol brasileiro

Apesar de tão pouco tempo, já é possível dizer que esta cidade só perde em beleza para Cape Town. Aqui não tem a Table Montain

Por Especial para o Diário
24/06/2010 | 00:00
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Apesar de tão pouco tempo, já é possível dizer que esta cidade só perde em beleza para Cape Town. Aqui não tem a Table Montain nem o Waterfront. Mas as praias são lindas.
É nesse cenário que o Brasil enfrentará Portugal amanhã. O jogo vai definir principalmente quem será o primeiro colocado do Grupo G. E dificilmente haverá café com leite para prejudicar a Costa do Marfim.
Os africanos são favoritos contra a fraca Coréia do Norte. Devem somar, portanto, quatro pontos. Portugal já atingiu esse número e tem a vantagem do imenso saldo de gols.
Claro que para os portugueses o ideal seria um empate. O Brasil seria o primeiro do grupo com sete pontos e Portugal chegaria em segundo com cinco.
O futebol não é assim tão pragmático. E Dunga sabe que tem de matar um leão por dia. Vai jogar, portanto, pra vencer e convencer.
As arquibancadas do bonito Estádio Moses Mabhida, um antigo líder regional, estarão divididas. Por aqui moram muitos brasileiros e portugueses. Claro que bem menos do que a comunidade indiana, que passa de 1 milhão de habitantes.
O time para o qual os sul-africanos vão torcer está escolhido: é o Brasil. Tudo isso por causa de uma tradição de décadas. Eles são apaixonados pelo estilo do futebol brasileiro e falam com naturalidade de Pelé, Zico, Falcão e Ronaldinho.

Bastidores

Cruzei com Joseph Blatter casualmente no Shopping Center da Mandela Square. Ele estava acompanhado apenas de uma assessora e ia a um restaurante jantar. Perguntei-lhe sobre o Morumbi na Copa de 2014. Ele sorriu, desviou, desculpou-se e não respondeu o que eu queria.
A Espanha recuperou parcialmente o prestígio vencendo Honduras. Mas Vicente del Bosque, com razão, não gostou do seu time. De qualquer forma, essa vitória facilitará a classificação espanhola para a próxima fase. Entre os europeus, antes favoritos, a França já foi embora.
Um dos jogadores mais queridos do atual grupo brasileiro é Gilberto Silva. Tranquilo e bom papo, ele consegue agregar e se interessa em ajudar a todos que o procuram. O comportamento do mineiro tem sido elogiado por todos e só acrescenta para um bom ambiente.

Toque final

Copa do Mundo nos oferece imagens singulares e que pela importância e simbolismo muitas vezes representam o pluralismo.
Mais de 200 países estão aqui representados pelos seus jornalistas. A imprensa de todo mundo registra o maior evento do planeta.
Com toda essa atração, cada profissional procura usar a criatividade e oferecer o que há de mais interessante para seu público.
Câmera e diretor de TV da partida entre África do Sul e França mostraram um segundo que representa muitas horas de alegria e reflexão.
Só quem estudou, leu e pesquisou sobre a história desse país entenderá como um simples abraço sepultou uma página triste da África do Sul.
Duas torcedoras, uma negra e uma branca, no intervalo do jogo, se abraçaram, comemorando com alegria o resultado favorável para sua seleção. Gesto simples e que teria pouca importância se não fosse o apartheid.
Isso era impensável 20 anos atrás. Graças a gente como o negro Mandela e o branco De Klerk, a África não tem mais essa vergonha a mostrar para o mundo.
Mandela e De Klerk, prêmio Nobel da Paz, líderes indiscutíveis, ajudaram a transformar a história. Até porque não se pode discriminar o ser humano sob qualquer pretexto, principalmente a sua cor.




Comentários

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