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Futuros cidadãos

O Dia das Crianças sempre traz para a maioria das pessoas boas lembranças

Por Carlos Ferrari
12/10/2011 | 00:00
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O Dia das Crianças sempre traz para a maioria das pessoas boas lembranças. É claro que isso não é regra, e existirá inevitavelmente aqueles que dirão: "Isso é apenas comércio, mais uma armadilha perversa do impiedoso mercado". Retóricas à parte, o fato é que todos nós, em algum momento, já brincamos, e também já nos encantamos ao observar crianças sorrindo e se divertindo.

O Brasil, há pouco mais de duas décadas, aprovou a Lei 8.069, o Estatuto da Criança e do Adolescente, e deu um passo gigante no sentido de se consolidar enquanto modelo de País garantidor de direitos desse segmento. Infelizmente isso, para muitos, ainda soa estranho. Isso porque ainda existem aqueles que confundem a missão de cuidar com a possibilidade de ser dono. Desta forma, acreditam ter a prerrogativa de exercer poderes ilimitados, sobre os seus meninos e meninas. Exemplo disso pode ser verificado quando os próprios familiares, muitas vezes, acabam submetendo crianças ao trabalho infantil, privando do acesso à escola, subjugando com castigos corporais, chegando ao absurdo de as expor a abusos sexuais.

Contudo, vez ou outra escutamos discursos conservadores, que insistem em desconstruir o que, por décadas, militantes de várias áreas do conhecimento e da política nacional conseguiram consolidar em nossa legislação. Quem já não ouviu alguém dizer: "Melhor do que estar na rua é trabalhar". Essa tese, que a muitos parece simpática, desconsidera que o filho do rico nem trabalha nem está nas ruas. Também existem aqueles que afirmam com toda a convicção: "Eu apanhei muito quando era criança e nem por isso virei bandido". Com isso tentam reafirmar o bater como parte do processo de educar, como se a humanidade não houvesse evoluído ao ponto de encontrar outras alternativas de ‘punição' para travessuras, ou mesmo para mediação de conflitos entre pais e filhos.

Penso que podemos ressignificar o dia 12 de outubro. O Dia das Crianças mais do que um momento de nostalgia, onde lembramos situações bacanas vividas em nossa infância, ou compramos presentes para alegrar os pequenos que amamos, também pode ser uma data de reflexão e reivindicação. Uma data em que possamos nos mobilizar em nossas redes sociais, conversar com amigos, trocar e-mails, ler e escrever textos, que remetam a garantia de direitos a essa camada da sociedade que demanda carinho e proteção.

Pode ser clichê afirmar que são eles o futuro do País. Todavia é certo que serão! Logo precisamos cuidar com toda a responsabilidade e amor, fazendo com que o exercício da cidadania seja para as futuras gerações algo tão comum como as privações de direitos infelizmente foram para as gerações passadas.




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