O irreverente Mané Garrincha conseguiu desafiar até as mais indecifráveis teorias para se transformar, apesar das pernas tortas, num incorrigível Charles Chaplin dos estádios. No entanto, será que um dia o genial ponta poderia imaginar que seria, logo depois de Pelé, o segundo personagem do mais perfeito show da ópera?

O fisiologista do Vasco do Rio, Carlos Vinicius Herdy, divulga no Brasil a tese – inédita no País – de que as digitais de um bebê podem antecipar se o futuro talento irá incorporar um craque de verdade. Ou, segundo as características detectadas, se o virtual campeão será um autêntico prodígio em diversificadas modalidades. Os traços contidos nos dedos não mentem nunca, jura Carlos Vinicius. Sabe-se que os maiores atores do circuito não se submeteram aos testes. Mesmo assim, é possível que Pelé, Franz Beckenbauer, Garrincha, Di Stefano, Rivellino, Maradona ou David Beckham são vistos como indiscutíveis referências.

Apesar de tudo, não se tem conhecimento de que todos eles – que tão bem encantam os torcedores do planeta bola – encarassem as premonições dos cientistas. A história mostrou que não seria necessário tanto exagero.

Afinal, é provável que o mapa da arte não estivesse antecipadamente reproduzido nas impressões digitais de Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Zinedine Zidane (o pior dos carrascos da Seleção Brasileira, além de Thierry Henry, que igualmente derrubou os pentacampões no Mundial 2006.

Ao orientar um recente seminário no auditório de um hotel de Santo André, Carlos Vinicius Herdy, que ainda exerce o cargo de coordenador do Centro de Cinesiologia e Pesquisa Científica e do Programa de Estágio do Vasco, roubou as melhores cenas da curiosa platéia.